quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O meu Moledo-20



Foto: josé alfredo almeida


Não. Não tenho limites.

Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.

Já nascido em pecado,
Todos são naturais
À minha condição,
Que quando, por excepção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fonte incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.


Miguel Torga

1 comentário:

  1. Não é possível o nosso olhar ,
    parar de olhar ,
    e ler...
    Perfeito !

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