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| Foto:josé alfredo almeida |
Quanto mais altas, mais Douro
a beber com o olhar:
águas em sempre devir.
M. Hercília Agarez
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Já é tempo cor de rosa
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| Foto:josé alfredo almeida |
Já é tempo cor de rosa
em Douro de dias doces:
vestem-se árvores de meninas.
M. Hercília Agarez
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Qual é o rio? Qual o céu?
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| Foto: josé alfredo almeida |
Qual é o rio? Qual o céu?
Simetria tão perfeita,
só asas de borboletas.
M. Hercília Agarez
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Paisagem de luz
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| Foto:josé alfredo almeida |
Fios de vida adormecida
traçados no ar, no rio:
não tarda a Primavera.
M. Hercília Agarez
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Para poder estar contigo
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| Foto:josé alfredo almeida Levo coisas tuas para poder estar contigo na distância. Para nunca te perder a companhia, mesmo não estando. Levo gravado o teu gesto, o pranto, o riso, e, (ora inocente, ora picante), o teu sorriso, que é a tua expressão, o teu maior encanto. E levo um objecto, teu pertence, como se o espaço tivesse autoridade e o tempo nos afastasse.
Como se fosse preciso…
Margarida Faro |
sábado, 16 de fevereiro de 2019
Morada cobiçada
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| Foto:josé alfredo almeida |
Tudo busca, no regaço do rio, a
ternura maternal de embalo quente e dolente. Tudo. Árvores e montes, casas e
pontes. Fixos, quotidianos frequentadores. E móveis, estouvadas, levianas
nuvens. Magras e gordas, do branco ao cinza claro, ao cinza escuro, de
semblante carregado, ameaçador, ao quase preto. Abusam da hospitalidade. Estas.
Quando se dignam descer, em bandos, a baixos terreais. Veem refrescar-se de
bafos de altos sóis. Refrescadas e refasteladas. E traquinas, como miunçalha peguilhenta.
Nuvens. Recheio de
rio calmo. Calmo? Nunca fiando…. É como a gente, o rio. Tem bom e mau. Também
engana os incautos. Também se compraz a pregar partidas. Gosta de proclamar a
sua ainda força, a sua virilidade. Como a gente, como nós, nem sempre faz bem
as digestões. Guloso insaciável, alambaza-se, empanturra-se. E vai daí,
regurgita, com estrondo mal-educado, sulcando margens, meio inconsciente dos
efeitos dos seus maus fígados e estômagos, num salve-se quem puder de que se
não compadece.
Não levemos a
mal, ao rio, excessos que constam do seu código genético. Errar não é só
próprio do homem…
M. Hercília Agarez
Vila Real, 16 de Fevereiro
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Rio dos meus olhos
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| Foto: josé alfredo almeida |
(...)
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
Miguel Torga
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Apenas um rio
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| Foto:josé alfredo almeida |
“Insubmissa
Tenho por bussola
A inquieta sede”
António Caeiro
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
Paisagem natural
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| Foto:josé alfredo almeida |
E a natureza,
Tão matemática.
Não por acaso?
Francismar Prestes Leal
sábado, 9 de fevereiro de 2019
Vestindo-se de luz
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| Foto:josé alfredo almeida |
amanhece
sol atrás do prédio
vestindo-se de luz
Alonso Alvarez
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Amanhecendo
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| Foto:josé alfredo almeida |
Podes querer o amanhecer
quando quiser
conservei intacta
tua paisagem...
Podes querer o amanhecer
quando ames
vir a reclamar
como eras...
Ainda que contigo tragas
dor e outros milagres
ainda que seja outro o rosto
de teu céu para mim.
Mario Benedetti
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Em nome da luz
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| Foto:jósé alfredo almeida |
Em nome do teu nome, invoco o sul do silêncio e arrimo o corpo ao vagar dos teus dedos. Depois, deixo que me invadas, poro a poro,que me cerques, me sacies e que a luz ilícita dos teus olhos me ajuste ao teu abraço.
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