segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Adivinhar o rio-2

Foto:josé alfredo almeida

Adivinhar o rio

Foto:josé alfredo almeida

Barco na paisagem-74

Foto:josé alfredo almeida

Manta de Farrapos - nova edição






"É um diário sentimental o conteúdo destas páginas de João de Araújo Correia, mas um diário sentimental em que a vida lateja, linha após linha, página que segue outra página.
Não se esquece Araújo Correia do amor que devemos à nossa língua; dos elos que nos ligam ao Brasil, da paisagem humana e geográfica do nosso nordeste.
Em tudo isto está o criador de ficção; mas está também o artista, a sensibilidade do duriense a descobrir no dia a dia dos seus olhos rasgados os motivos de renovação da sua literatura, da sua presença literária, do seu estilo, dos seus contactos com os entes seus semelhantes. Ponto de encontro entre o passado e o presente Araújo Correia relembra os grandes do seu sítio, do seu regionalismo universalista – sejam eles os médicos, os romancistas como Camilo ou os narradores seus mestres e seus iguais, como Trindade Coelho. O volume Manta de Farrapos é tão fora do comum e o seu estilo é tão permeável ao diálogo que, mal ele se encontra lido, logo dá vontade de se voltar ao princípio. A lição larga que de ele se colhe fica amplamente documentada nesse desejo, um desejo que se espraia por mais de duas centenas de páginas.
É esta a originalidade de Manta de Farrapos que quase dá vontade de classificar como manta de brocado."

Amândio César

Pontes da Régua-354

Foto:josé alfredo almeida 

domingo, 29 de novembro de 2015

Pontes da Régua-353

Foto:josé alfredo almeida

A Vinha Podada

Foto:josé alfredo almeida




Sonha calma, gelada,
Pâmpanos de primavera universal.
Sonha, numa recôndita modorra,

Uma aberta desforra
Em vides de tamanho natural.
Sonha como quem dorme repousado
Na certeza da seiva e da razão;

Sonha como quem sabe que o seu fado
Tem apenas as leis da ocasião,
Sonha contra as muralhas altas, ocas,

Que são nuvens de pé sobre o horizonte:
Porque o céu há-de abrir-se quando as bocas
Beberem mosto como numa fonte.



Miguel  Torga

Passa o rio, passa o Outono

Foto:josé alfredo almeida

Dia de descanso

Foto:josé alfredo almeida

Pontes da Régua-352

Foto:josé alfredo almeida

sábado, 28 de novembro de 2015

Pontes da Réguas-351

Foto:josé alfredo almeida

A primeira casa





Esta foi a Casa dos Bombeiros Voluntários da Régua - que, por sinal, ainda  resiste às marcas da passagem do tempo  no Largo dos Aviadores.
Este foi o  primeiro berço que tiveram quando nasceram no dia 28 de Novembro de 1880.

Hoje -28 de Novembro de 2015 - os Bombeiros da Régua estão de Parabéns: fazem 135 anos existência.

A todos eles, o NOSSO OBRIGADO pelo que BEM nos fazem todos dias. 

Consigo há 135 anos

Bombeiros da Régua: 28 de Novembro de 1880

Bombeiros da Régua: 28 de Novembro de 2015

Último sorriso

Foto: josé alfredo almeida



Quem és tu, rosto de mulher, resto de mulher? Quem te cortou o poupo pobre e te deixou as repas riças e ruças a fugir do lenço em franja descabida? Quantos anos tem essa romeira pontilhada de borbotos como gotas de chuva escorregando em parede de cimento? Não te tapa o peito, por muito que tentes uni-la com preguete enferrujado. Aproveita aquecê-lo enquanto o sol se não despede.
Farrapos em mulher. Mulher farrapo. Ainda sorris para a fotografia, num desafio à morte que parece ter-se esquecido de ti.



Vila  Real, 27 de Novembro de 2015
M. Hercília Agarez

Novembro à tarde

Foto:josé alfredo almeida

Pontes da Régua-350

Foto:josé alfredo almeida

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Beleza de Outono

Foto:josé alfredo almeida


hoje nem dormi a tentar entender
entre o que eu sinto e o que eu te digo
o que é feito de nós
e o que vai ser


Manel Cruz 

Régua a cores

Foto:josé alfredo almeida

Barco na paisagem-73

Foto:josé alfredo almeida

Barco na paisagem-72


Adoro correr

Foto:josé alfredo almeida




seus olhos felinos
horizontais oblíquos
olham parados


Eugénia Tabosa

Pontes da Régua-349

Foto:josé alfredo almeida

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pontes da Régua-348

Foto:josé alfredo almeida

Pontes da Régua-347

Foto:josé alfredo almeida

(Re)conhecer a Régua-236

Foto: Noel de Magalhães

O Olhar de Noel de Magalhães




             Memórias de um Olhar
             (Catálogo da Exposição de Fotografia)
           
             Autor: Noel de Magalhães
             Edição. Museu do Douro



           Como homem do Douro, Noel de Magalhães não poderia escapar à tentação de olhar a paisagem e de a interpretar nas suas imagens. Desde cedo se deparou com os socalcos e a árdua lida da vinha e o transporte do rio abaixo nos barcos rabelos. O seu olhar vai ao encontro de uma já longa tradição da fotografia de paisagem da região.  
          (...)
          Ao mesmo tempo, Magalhães dá sinais de afastar de um hipotético programa ideológico na fixação do seu olhar sobre a paisagem natural e humana do Douro. A dimensão pictórica desvanece-se no confronto com o real humano. Ao contrário de Alvão, Noel de Magalhães, talvez por ser filho da terra, afasta-se das paisagens distantes e dos retratos icónicos da faina para se intrometer no interior dos povoados e confrontar a realidade bem menos "institucional". São as imagens de um quotidiano que trazem para o palco da fotografia um sem número de desconhecidos: o homem que pesca no rio, outro que desce a viela com o sol batendo-lhe pelas costas, os calceteiros que desenham a calçada e dão corpo a uma tradição com a sua laboriosa paciência, os pescadores que partem para a faina, as lavadeiras que lavam no rio de que não vemos o rosto, lembrando a fotografia de Lyon de Castro Lavadeiras do Mondego, a criança que sonho navegar na barca que paira na areia, o pescador que remenda as redes, o jovem rapaz que pastoreia as ovelhas e se entretém, de cajado ao ombro, afagando uma das crias, a criancinha que se entretém pela rua junto da mãe numa venda da aldeia, a carroça puxada por uma mula transportando toda a família, os trabalhadores dos caminhos de ferro fixando os trilhos, os ciganos que acampam junto ao rio com as suas frágeis tendas e as moças de brincos compridos sorrindo para a câmara, a menina que desce a rua com os cabelos raiados pela luz do sol tornando-a, assim, tão especial e a criança que, por trás dela, brinca com um arco, a imagem de uma mulher idosa que avança sobre o manto de neve e a que Noel de Magalhães chamou Penosa jornada inspirado no duro caminho por ela percorrido, um carrossel com as cadeiras suspensas e rodopiando captado com uma câmara apontada para o céu gerando uma imagem plena de energia e frescura, no formato quadrangular, lembrando a imagem de outro fotógrafo do mesmo tempo Gérard Castello-Lopes, e cujo plano repete vinte anos depois no mesmo lugar.
           (...)
          Na qualidade de amador e salonista que é, a obra de Noel de Magalhães deve ser lida  para além de um interesse documental e regionalista e ser pensada no quadro da fotografia amadora nacional, no cruzamento de várias dinâmicas e tensões. A análise destas imagens tem assim a oportunidade, para além do enfoque obrigatório sobre o autor, de contribuir para discutir o papel da fotografia amadora e do salonismo, de modo a continuar a visão que posiciona esta prática, de forma simplista, num lugar conservador de replicação de modelos e estereótipo de matriz ideológica associados ao regime do Estado Novo."


    Filipe Figueiredo

Barco na paisagem-71


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ponte a pé

Foto: josé alfredo almeida



Hoje, às 7,30 horas...este correr de atletas na ponte velha!

Luz radiante

Foto:josé alfredo almeida

   Régua, numa tarde de novembro...com esta imensa serenidade





Hei-de eu estar ali... à tua espera
como quem espera a felicidade



Dúlia Soares

Podas-2

Foto:josé alfredo almeida

Podas

Foto: josé alfredo almeida

Barco na paisagem-70



Pontes da Régua-346


Foto:josé alfredo almeida

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pontes da Régua-345

Foto: josé alfredo almeida

Outono vivo

Foto: josé afredo almeida

Pontes da Régua-344

Foto:josé alfredo almeida

Tempos áureos







Imagem a preto e branco de espaço e tempo cheios de cor e de vida. Espaço e tempo de retemperos. De corpos e de almas. Vapores de esperança. De cura. Parque de repouso entre banhos e gargarejos. Esconjuram-se reumatismos. E dermatoses. Respiram-se, a plenos pulmões, ares despoluídos.
Árvores de grossa cintura prodigalizam sombras. Convidam ao convívio. Mantêm a verticalidade da juventude.
Águas desentranhadas de reinos vulcânicos. Uma das riquezas do subsolo nosso. Ouro e volfrâmio no estado líquido. Alívio para mazelas. Chegam quentes. Purificadoras. Não as inveja, a medicina. Da saúde são adjuvantes, não oponentes. Sem contra-indicações nem efeitos secundários, dirão os leigos. 
Caldas do Moledo: passado para recordar, presente para esquecer, futuro para acreditar. E João de Araújo Correia, para ler.

22 de Novembro de 2015
M. Hercília Agarez


Termas com passado





Pose de artista

Foto:josé alfredo almeida

domingo, 22 de novembro de 2015

Vinhas de Outono

Foto :josé alfredo almeida

Pontes da Régua-342

Foto:josé alfredo almeida

Douro com lua diurna

Foto:josé alfredo almeida



Cumprido o horário, o astro-rei pica o ponto e ruma ao descanso. Entra então no palco do céu a rainha da noite. Majestosa. Resplandecente. Apressada. Cansada de sombras, de negrume, de solidões, de silêncios, de pirilampos gigantes, vem encher os olhos de luz rósea. Vem admirar os contornos azulados da montanha, o brilho das águas ronceiras, o viço dos verdes vários. E as pontes, "passagens para outras margens". E as quintas com pergaminhos. E o casario informe. Vem, enfim, respirar a serenidade doce do crepúsculo.



13 de Novembro de 2015

M. Hercília Agarez

Régua de Outono

Foto:josé alfredo almeida

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

É de ti que eu gosto...

Foto: josé alfredo almeida




Quero mais passeios de fim de dia. Quero andar de mão dadas. Quero o sol a bater na cara. Quero esplanadas ao fim da tarde. Quero o pôr-do-sol no mar. Quero o acordar contigo devagar. Quero saltar à chuva. Quero o colo que não tive. Quero o amor que mereço. Quero que me escutem com atenção. Quero respostas às perguntas que nem faço. Quero que me queiram e lutem por mim.


Quero. E então?


 Rita Leston