sábado, 31 de outubro de 2015

Douro no Outono

Foto: josé alfredo almeida

Pontes da Régua-317

Foto: josé alfredo almeida

Arte urbana-13

Foto:josé alfredo almeida

Crónicas do meu vagar




Crónicas do meu vagar

Autor: Camilo de Araujo Correia
Prefácio de João Bigotte Chorão

Editora: Graça Editores





                    "Tédio é o que jamais sentimos ao ler as crónicas de Camilo de Araújo Correia. Na sua variedade e sabor, como que sentimos o perfume delicioso do vinho fino de boa casta."

                                                                                                                         
                                                                                                                                João Bigotte Chorão

     

  "Apesar das muitas histórias escritas, tem sido a crónica a expressão literária na minha actividade de escritor de horas vagas. Foi nos imprevistos e raros intervalos da minha intensa vida profissional que pude ceder ao apelo da folhinha de papel, sempre à minha espera.
         Comecei a escrever crónicas nos meados do século passado, quando estudante de Coimbra, nos jornais académicos da época. Depois de formado, em 1953, a clínica médica e a anestesia tiveram artes de me esconder a pena, durante mais de vinte anos.
         Voltei à crónica nos conturbados anos setenta, para desabafar na sátira política e social. Bem a contragosto, pois a guerrilha não me está no temperamento. Mas, quem podia escapar à polvorosa em que a nossa sociedade se agitou, até compreender as regras da democracia conseguida?
         Acabei por enjoar da da sátira como qualquer criança enjoa de um brinquedo.
        Depois desta mudança, fui dando conta de que se adensava o número dos meus leitores mais afeiçoados. Foram eles que, pouco a pouco e cada vez mais, insistiram em que publicasse um livro de crónicas. Adivinhando-lhes o paladar, balizei a minha escolha entre as publicadas de 1987 a 2005. E a esses leitores, dedicados e persistentes, que dedico as Crónicas do meu vagar.


Camilo de Araújo Correia 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Lembrar Camilo de Araújo Correia

Camilo de Araújo Correia



          Faz hoje, dia 30 de Outubro, oito anos que morreu Camilo de Araújo Correia.
                          


             
              Camilo de Araújo Correia, filho do escritor João de Araújo Correia, nasceu no Porto em 1925, mas vive na Régua desde os três anos. Aí fez a instrução primária na escola oficial e o 1º ciclo do liceu no extinto Colégio Reguense. Completou o curso nos liceus de Lamego e Vila Real. Frequentou depois a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde viria a formar-se em 1953.
Enquanto estudante de Coimbra, viveu sempre em república (o Palácio da Loucura) e despertou para a literatura, colaborando nos jornais académicos da época — A via latina, A Briosa e o Pagode.Em 1961 foi mobilizado para Moçambique, integrado como anestesista no Hospital Militar 338, destinado a Porto Amélia. Ajudou a formar e a dinamizar o “Grupo Cénico de Porto Amélia”. Além de ter sido ensaiador, escreveu para um dos espectáculos daquele grupo a revista Atracou o "Troça Nova".


                 Foi médio e escritor, e na melhor definição de A. M.Pires Cabral "um senhor cronista". 

          Foi também Presidente da Direcção dos Bombeiros da Régua (anos 60), onde como seu avô - um bombeiro das velhas guardas - e seu pai - associado e benfeitor - deixaram marcas vivas na edição do jornal "Vida por Vida", no engrandecimento da Biblioteca Dr. Maximiano Lemos e na existência do Museu dos Bombeiros-Drº João de Araújo Correia. .

             Deixou publicado estes livros: Elogio do Dr. António Fonseca Almeida, Histórias na Palma da Mão, Coimbra Minha, Livro de Andanças, Na Rota do Sal; Médicos, doentes e outras gentes, Coimbra, outra vez, Quarenta Anos de Gás, No Centenário de João de Araújo Correia, Porta com Porta, Histórias do Fim do Ano, A prisão de cristal e Crónicas do meu vagar.

          Camilo de Araújo Correia é um Amigo inesquecível e um Reguense com uma alma Duriense:



"O Douro estará sempre mais ou menos "vivo e achado" conforme os durienses estiverem mais ou menos atentos ao futuro que começa no fim de cada vindima."


"Quanto ao aspecto paisagístico... Bem, a paisagem aí está desde o princípio do mundo, agora marcada pela mão do homem, por vezes de maneira bem comovente."


Camilo de Araújo Correia in "Eito Fora"

Momento quase perfeito

Foto:josé alfredo almeida


Chegas,
e calas no meu peito a inquietação.





Ana Melo

Tentações

Foto:josé alfredo almeida

Espíritos do rio

Foto: josé alfredo almeida

Postal do verão-25

Foto:josé alfredo almeida





           ainda há pouco desenhei uma saudade onde se escreve uma cadeira vazia.


                 Pedro Jordão

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Cores vivas

Foto: josé alfredo almeida


                     Entre Régua e Vila Real, 26 de Outubro, às 8.30 horas

Entre rio e céu

Foto: josé alfredo almeida



Caiu lá do céu
ou nasceu nas águas
esta flor solar
de noiva vestida?                                            

Em solidão líquida
de leve embalado
por ondas benignas
o pato adormece.

Lesto e submisso
responde o eleito
a chamada cúmplice
das ninfas do Douro.




26 de Outubro de 2015
M. Hercília Agarez

Sonhos cor de rosa

Foto:josé alfredo almeida

Pontes da Régua-313

Foto: josé alfredo almeida

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pontes da Régua-312

Foto:josé alfredo almeida

Bordado de Outono

Foto:josé alfredo almeida

Um pio de rapace vara a tarde,
um riso de criança surge ao longe


Ricardo Lima

Gata verde

Foto: josé alfredo almeida

Barco na paisagem-62

Foto:josé alfredo almeida

Ler Guedes de Amorim





Título: Francisco de Assis - Renovador da Humanidade

Autor: Guedes de Amorim 
(natural de Sedielos, no Peso da Régua)

Prefácio de Vítor Melícias, OFM.
Coleção: Espiritualidade
Secção: Biografias
Páginas: 480
Editora: Paulus Editora/2015



Este livro apresenta a história de Francisco de Assis num estilo romanceado. Um livro clássico, que teve inúmeras edições e que é agora reproposto pela PAULUS Editora como homenagem ao Papa Francisco, que na vida daquele santo se inspira.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Meninas no rio


                                                                                                                                  


   Régua, 19 de Maio de 1920



Crianças meninas. De infância  feliz. Do tempo de brincar: corda a que se salta, macaca a que se joga, boneca que se embala, bodinhas de ervas rústicas em panelinhas de lata. Meninas de saias, pernocas ao léu. Soquetes que escorregam. Mãos agarradinhas. Inocência. "Um "brilhozinho nos olhos". Meninas meninas. De um tempo outro. Longínquo. Meninas  sépia. Encaixilhadas. Ou guardadas em álbuns de folhas separadas por papel de seda.
Meninas memórias. Imagens de um ontem que o hoje enternece.



20 de Outubro de 2015                                 

M. Hercília Agarez

Janelas

Foto:josé alfredo almeida

As janelas
por onde entram as silvas,
a púrpura pisada,
o aroma das tílias,
a luz em declínio,
fazem deste abandono
uma beleza devastadora
e sem contorno.



Eugénio de Andrade

Moldura vegetal

Foto: josé alfredo almeida

Barco na paisagem-60

Foto:josé alfredo almeida

Pontes da Régua-308


Foto:josé alfredo almeida

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Pontes da Régua-307

Foto:josé alfredo almeida

Lugar das termas de Caldas do Moledo: boas notícias

Foto:josé alfredo almeida


O parque termal das Caldas de Moledo vai "passar definitivamente" para a gestão da Câmara de Peso da Régua depois de cinco anos em que esteve ao "abandono", disse esta segunda-feira fonte da Turismo do Porto e Norte. 

A entidade regional propôs a alienação gratuita das Caldas de Moledo ao município de Peso da Régua e a proposta foi foi aprovada por maioria na assembleia geral de sexta-feira. Esta decisão terá agora que ser homologada pelas secretarias de Estado do Turismo e Finanças.
O presidente da entidade regional de turismo, Melchior Moreira, disse à Lusa que este espaço termal "esteve ao abandono cinco anos sob a propriedade do pólo de Turismo do Douro". O parque está fechado desde 2010. "Só há um ano a Turismo do Porto e Norte o assumiu. O objectivo foi desde logo devolvê-lo à comunidade, com a gestão da autarquia, até porque esteve afecto desde sempre à Junta das Caldas de Moledo, entidade integrante da Câmara de Peso da Régua, da qual dependia em termos orçamentais", afirmou o responsável.
Melchior Moreira referiu ainda que, "por motivos de ordem judicial esta alienação teve que ser consecutivamente adiada", havendo agora "condições para ser concretizada".
As Caldas de Moledo, que se estendem entre os concelhos da Régua e Mesão Frio, foram disputadas em tribunal pela extinta Entidade Regional de Turismo do Douro e o município de Peso da Régua. A Turismo do Douro avançou em 2009 com um processo de impugnação judicial à escritura realizada pela Câmara da Régua, para posse do parque termal por usucapião.
Em 2013, o Tribunal de Mesão Frio declarou a Turismo do Douro como a dona e legítima proprietária e condenou o município de Peso da Régua a reconhecê-lo, só que este recorreu e o processo passou para o Tribunal da Relação do Porto, chegando ao Supremo Tribunal de Justiça, com ambos a confirmar a decisão da primeira instância.
A nova lei das Entidades Regionais de Turismo, que entrou em vigor no dia 17 de Maio de 2013, fundiu a Turismo do Douro, sediada em Vila Real, com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Com a decisão actual, o presidente da Câmara da Régua, Nuno Gonçalves, disse que "foi feita justiça" ao município e que espera agora que o Estado confirme a alienação. A partir desse momento, acrescentou, a autarquia está em condições para encontrar uma solução com vista à reabilitação do parque e funcionamento das termas.
O autarca de Mesão Frio, Alberto Pereira, referiu que a câmara votou contra a alienação porque defende que devia fazer parte da solução para o complexo termal que diz que se localiza, na sua grande maioria, em área do seu concelho.
Também o representante do Estado na assembleia geral votou contra esta alienação gratuita. Fonte da secretaria do Ministério da Economia disse à Lusa que este voto contrário não traduz "um juízo negativo ou positivo" sobre a cedência do imóvel, mas que está relacionado com a falta de informações "fundamentais", como o valor do imóvel e a eventual existência de possibilidades alternativas. O representante do Estado propôs que a deliberação sobre a matéria fosse suspensa até que a informação em falta fosse fornecida, o que foi rejeitado.
Construídas no século XVIII, as Caldas de Moledo integram um espaço arborizado por enormes plátanos, formando um largo terraço sobre o rio Douro, dois edifícios, o balneário termal e as piscinas de água quente.
O alvará de concessão das termas foi entregue, em 1895, a Antónia Adelaide Ferreira, a "Ferreirinha" da Régua.


Ana Luísa Silva in jornal "Público"

Sobre as Caldas do Moledo


O meu Moledo-91


Pontes da Régua-306

Foto:josé alfredo almeida

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Douro de todas as cores

Foto:josé alfredo almeida


"As vinhas, no Inverno, são espectros, almas penadas, esqueletos abraçados; na Primavera e no Verão, rebentam de verde; no Outono, tingem-se de roxo e lambuzam-se de oiro."

João de Araújo Correia

Reunião de família

Foto:josé alfredo almeida




amar é um elo
entre o azul
e o amarelo


Paulo Leminski

Finitude vegetal

Foto: josé alfredo almeida



Geometricamente, arremedo tosco de um losango. Sugere, pela forma, um papagaio de papel, como ele aguardando ordens de Zéfiro para levantar voo.
Parente pobre das folhas em finitude. Não pode rivalizar com as dos plátanos, com as parras policromáticas e artisticamente recortadas, umas e outras.
Têm, contudo, a mesma tarefa: juntamente com uma convocação de agasalhos e guarda-chuvas, vêm anunciar-nos, com a sua evidência inequívoca, quais arautos medievais, que o Outono está aí, na natureza e nas nossas vidas. Para encher os nossos olhos da magia poética ano a ano repetida, mas sempre surpreendente.
Quem as investiu nesse cargo? Geia ou Flora? Sim, porque Baco só manda nas vinhas...



19 de Outubro de 2015
M. Hercília Agarez

Pontes da Régua-305

Foto:josé alfredo almeida

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Olhar o rio

Foto: josé alfredo almeida



Partem os barcos -
Como ficam distantes
Os dias de outono!




Buson

Escrever nas Beiras

Foto: josé alfredo almeida




"Diz-se que Aquilino Ribeiro é um escritor difícil. Há quem tenha começado um livro seu, resistido e desistido. Já não está nos programas de Português desde os anos 80 apesar de ter sido um dos escritores mais populares do seu tempo. Lê-lo, hoje, só acompanhado de dicionário para as "palavras difíceis", tal a quantidade de regionalismos, léxico popular, linguajar e ladainhas da Beira, paisagem humana da sua literatura."
Raquel Ribeiro in jornal "Público"