terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Muros de Xisto


Foto: josé alfredo almeida

Muros de xisto,
tal como outrora cobertos de silvas,
ostentando amoras.
Caminhos.
Este já foi ribeiro, o ribeiro dos linhos.
Já não existe ribeiro, tão pouco o linho.
O pó esvoaça lento
por sobre o chão incerto e poeirento.
Caminho com dificuldade,
o sol poente ofusca-me a visão.
Percorro outro caminho, o da memória
que, como o xisto, se esboroa com o tempo.
Firme, a mão do meu pai segura a minha mão.


Regina Gouveia

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