quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Escrita Perosa


O médico-escritor João de Araújo Correia


"Quando era pequeno, não me atrevia a interromper a leitura de meu pai, embora ele levantasse os olhos do livro e me sorrisse com bonomia. Mas depois de homem feito, interrompia-o com todo o à vontade para uma troca de impressões sobre o que estivesse a ler ou a escrever. Ele gostava muito dessas pausas que eram, muitas vezes, pretexto para um cafezinho, meio proibido pelo seu coração delicado. E eu não gostava menos, das pausas e do café. Nelas aprendi a distinguir a boa da má literatura.
Para meu pai, a prosa massuda e pretensiosa era perosa ...
- Que tal é esse livro?
-Bem urdido..bem urdido..é pena estar escrito em perosa da mais cansativa.Como o autor espera pela  minha opinião, cá vou com esta cruz às costas..." 

Camilo de Araújo Correia

Sem comentários:

Enviar um comentário