quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Acasos


Foto: josé alfredo almeida





Gostamos de pensar que controlamos o nosso destino e que, apesar de todas as incertezas da vida, sabemos o que é melhor para nós, mas os acasos lembram-nos que verdadeiramente não somos os os autores de muitas das nossas histórias que vivemos como protagonistas ou meros actores secundários. Há sempre algo inesperado da nossa realidade que nos escapa no meio dos  dedos  das nossas mãos ou entre as  ilusões desenhadas pelo amor nas  linhas do coração. Por isso, tem  sentido o que escreveu Milan Kundera no seu magistral romance A Insustentável Leveza do Ser: "Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. O que acontece por necessidade, o que já era esperado e se repete todos os dias é perfeitamente mudo. Só o acaso fala." Aconteça o que acontecer no enredo,  no final do romance da nossa história, veremos que, na verdade, existem acasos nas nossas vidas.Simbolicamente, os acasos podem ser aquele rio mítico, no qual ainda  não navegamos. 

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