sexta-feira, 15 de julho de 2016

Um vulto na noite

Foto:josé alfredo almeida


Deixou em casa pesadelos nocturnos. Trocou uma solidão espartilhada por um poiso de vistas largas. A cana de pesca por companhia. Atirada às águas, para que não reclame. Pretexto para permanecer. Sem expectativas. Sem ponteiros. Indiferente a sinais do anzol. 
O pescador não pesca, pensa. Busca no escuro espelhado do rio apaziguamento para inquietações. Que os peixes sosseguem no seu habitat. Cesto vazio, alma cheia. De magia. De recados trazidos por um silêncio compreensivo.
Que não chegue, a manhã. 
Ah! Não haver iscas para as ilusões!


Vila Real, 13 de Julho de 2016
M. Hercília Agarez

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