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os meus avós: Álvaro e Etelvina |
Volto sempre à casa
dos meus avós
E, com medo de me perder,
sigo sempre o mesmo caminho
Que me ensinaram na infância
É fim de tarde
de verão
Está aberta a janela.
De onde eu via o rio.
o céu riscado de estrelas
E uma lua
que fazia poemas no meu pensamento.
Há também roupa a secar.
Devem ser os calções de uma criança
(e a fisga tinha-a escondido)
(e a fisga tinha-a escondido)
que foram meus
naqueles dias de imenso calor.
Uma voz nítida ouve-se
nas sombras daquele caminho
Parece-me que a estou a ouvir
É a minha avó a chamar-me:
É a minha avó a chamar-me:
-"Rapaz anda merendar!"
A mesa está posta
a toalha de quadrados vermelhos
uma caneca de água fresca
cachos de uvas moscatel
fatias de pão de centeio
fatias de pão de centeio
E o que eu mais gostava
um bolo de laranja
que era receita especial
da minha avó Etelvina
que era receita especial
da minha avó Etelvina
Volto sempre à casa
dos meus avós
dos meus avós
Sentados à volta daquela mesa posta
com a minha merenda
com a minha merenda
Gostava de ouvir a minha avó
E não consigo.
Como gostava daquele tempo!
Tudo ali passou, num instante
Apenas me resta
E não consigo.
Como gostava daquele tempo!
Tudo ali passou, num instante
Apenas me resta
levar também a última fatia
daquele bolo de laranja.
Desculpem...esta nostalgia
não vou fazer mais poesia.
não vou fazer mais poesia.
-Vou é merendar a casa
dos meus avós.
josé alfredo almeida
As doces ..lembranças..
ResponderEliminarTernuras.."sentidas"...
A Merenda...essa -sempre ..posta na mesa..
com sabor a "laranja"..
Com AMOR....
Muito bom, e muito doce, lembrar os avós!
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