sábado, 3 de fevereiro de 2018

Arabescos

Foto:josé alfredo ameida


Brincam às formas, à geometria. Acrobacias. Em competição de feitios, tamanhos e amplitude, as curvas. As quase-rectas: horizontalidade, verticalidade, obliquidade. Resistência e cansaço. Vides erectas, umas. Outras, em posição de fadiga, enfezadas, buscam amparo.

Volumes. Da fragilidade à consistência. Da utilidade à inutilidade. Cepas que ficam, hastes que vão, pondo à prova gume de tesouras másculas, cujo uso impede intromissão de ferrugem. Passado e futuro.
    
Desafio de folhas ressequidas, teimosas, irreverentes. Não querem chão, seu também. Inconscientes, parece invejarem destino das árvores. Também elas querem morrer de pé.
    
Uma outra visão do Douro. Haja olhos poéticos para apreciá-la.

   
                                                                                                 
M. Hercília Agarez
Vila Real, 2 de Fevereiro

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