quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A luz que me roubaste



Não cesso de dizer a toda a gente
Que o fogo dos teus olhos me cegou:
Onde não me julgares, eu lá estou,
Ceguinho, com o meu bordão à frente.

Há preces em minha alma que pecou
Ao ver-te graciosa, docemente…
Em ti, o “não” fugiu e o “sim” não mente,
Entre nós a amizade já findou.

Não me escrevas, te peço, mais missivas
Para um cego as propostas são altivas.
Hoje, já não te devo interessar.

Mas, se por mim passares, tem cuidado… 
A tua voz em timbre modulado
Pode bem minha luz recuperar!

Horácio de Moura Lopes

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