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Foto:josé alfredo almeida |
Mas
o que vem a ser isto? Isolada, buscando protagonismo entre camaradas a quem não
passa cartão, esta árvore teve todo o tempo do mundo para ensaiar exercícios de
malabarismo, qual artista circense.
A mim parece-me uma modelo esfíngica,
anoréctica, longilínea, com tímida saliência traseira, rasa de peito,
segurando, de braços erguidos, sobre o toucado egípcio, uma coroa de louros.
Mereceu a eleição de miss Barbie.
Vestida a preceito, longo vestido em noite de gala. Só faltam a
passadeira vermelha, os flashes, os aplausos, os repórteres das revistas de
consultórios e de cabeleireiros.
Se estivéssemos em meados do século XX,
saltaria para as páginas dos jornais como um fenómeno, coisa em que o Entroncamento
era fértil. Pois não apareceram por lá pinto com três patas, carneiro com
quatro cornos, ovo pesando 800 gr., planta com batatas por baixo da terra e
tomates ao ar livre, espiga de milho com vinte maçarocas, abóbora com 60 quilos
e muitas mais aberrações de fauna e de flora?
Como explicar esta façanha arbórea?
Bizarria? Direito à diferença? Provocação? Ou será obra de incógnito estatuário
modernista? Responda quem souber.
M.
Hercília Agarez
Vila Real, 06 de Junho
Um belo e variado retrato da imagem.
ResponderEliminarPerante as várias hipóteses, eu arrisco
a obra de incógnito estatuário modernista...
Quem sabe?