terça-feira, 29 de julho de 2014

Tardes inventadas

Foto: josé almeida almeida

  Régua, no  Cais da da Estação...  ouvindo o choro de um pequeno pardal


Há sempre a laranjeira no quintal.
Ali a verde sal. Além a hortelã.
Ao fundo o limoeiro. E um pardal.
Chove lentamente. Do caleiro
o marulhar da água. Sobre a casa
a sonolência. O gato a ronronar.
Abra-se a janela para me maravilhar.
Ainda sou pequeno. Estou ainda a acumular
tardes como essa, líquidas e verdes.
Passem muitos anos para aqui as inventar.

Carlos Poças Falcão

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