sábado, 20 de agosto de 2016

Ternura infinita





   "...Quase tudo se adquire nesse tempo em que aprendemos o próprio sentimento do Tempo"...


                             
                                                                                           Mia Couto 



Há quanto tempo?
Podemos medir em tempo a eternidade, aquilo que permanece intacto dentro de nós e que desperta ao mínimo sinal, que nos faz lembrar, sentir algo ,que nos é familiar?
Há quanto tempo o amor que te tinha, luz que eu seguia?
Mudámos assim tanto?

O que resta da nudez límpida das lágrimas, dos medos das fraquezas que eu encobria dos outros, mas nunca de ti.
Nunca de ti.
Onde estás, quando preciso de voltar, para me reencontrar...
Olha-me, como fazias quando éramos crianças e por favor apazigua
agora sim, o meu coração sobressaltado.
Dá-me a tua mão, a tua pequena mão.
Preciso de voltar para casa.
Só tu meu amigo, irmão, companheiro de brincadeira, me podes mostrar o caminho.
Iluminar-me com o teu sorriso.
Um farol para mim.


Agosto de 2016
Ana de Melo

3 comentários: