O alaranjado
do céu derramava-se pela sala de jantar, de portadas das janelas abertas, para
deixar entrar o ar fresco, o Douro em frente parecia -me lento, lânguido,
belo.
Cenário constante da minha infância.
belo.
Cenário constante da minha infância.
Ainda as primeiras luzes, não se tinham acendido,
eu ia com algumas pessoas da minha família dar um passeio até à
Régua, como era costume.
Largo da ponte, abas do cais, estação, depois o armazém onde se abasteciam de víveres, os trabalhadores da CP, de onde guardo as mais ternas recordações. Um pouco mais à frente, mesmo junto a um chafariz, estava sempre uma senhora a vender os famosos rebuçados da Régua, que comprávamos e comíamos com gosto. O asilo que frequentei na pré-escola,
mais à frente, a Rua dos Camilos com as suas montras.
Largo da ponte, abas do cais, estação, depois o armazém onde se abasteciam de víveres, os trabalhadores da CP, de onde guardo as mais ternas recordações. Um pouco mais à frente, mesmo junto a um chafariz, estava sempre uma senhora a vender os famosos rebuçados da Régua, que comprávamos e comíamos com gosto. O asilo que frequentei na pré-escola,
mais à frente, a Rua dos Camilos com as suas montras.
Algumas vezes, fomos até à beira rio, para a Av. João Franco.
Uma avenida. ladeada de
árvores, de mãos dadas com o rio.
Aí, os adultos sentavam-se a conversarem.
Aí, os adultos sentavam-se a conversarem.
Poucas vezes, fui passear até essa zona ribeirinha, talvez por essa razão não tenha guardado na memória a importância que
decerto teria (e tem no presente com o Museu do Douro, aí construido).
Além do cais, que alguém na
altura me disse, ser uma porta aberta para o mundo.
Eu olhava o rio, ouvia o som habitual dos grilos e das rãs, as primeiras
luzes acendiam-se. Pensava nas viagens e em barcos à volta do mundo, sem
desejar partir para lugar nenhum.
Na hora de voltarmos para casa, da última vez que lá fomos, um brilho
riscou o céu imenso, de lua cheia.
Uma estrela cadente.
Uma estrela cadente.
"Deus te guie", murmurei para mim,
e pedi um desejo, enquanto olhava silenciosamente para o meu companheiro de laços de sangue, e cúmplice de todas as brincadeiras.
e pedi um desejo, enquanto olhava silenciosamente para o meu companheiro de laços de sangue, e cúmplice de todas as brincadeiras.
Que o calor, não do Verão, mas do que me aquecia a alma, pela beleza de
tudo o que me rodeava e sentia, se mantivesse assim, para sempre.
Adorei o relato das suas memórias. PARABÈNS!!!! Muito bem descrito quase uma obra literária. Eu também já morei na Régua e o seu desfolhar de memórias, trouxe-me á lembrança a minha vivência e sentimentos que tive enquanto residente na Régua. Grata por este momento.
ResponderEliminar..A autenticidade e beleza "das palavras "..
ResponderEliminaraqui ..tão "delicada e intensamente "escritas ....
Memórias "ternas #e inesquecíveis "...!!
A "surpreender "como sempre ..Ana De Melo..!!
Uma bela e terna viagem ao passado!
ResponderEliminarBelíssima a fotografia.