sábado, 13 de outubro de 2018

Fénix renascida

Foto: josé alfredo almeida



Abandonaram-na como marido que rejeita mulher estéril. Velha vide. Seiva seca. Inutilidade. Escapou, por milagre, à ferocidade da tesoura de poda. Agradecida, lá do alto da sua solidão conformada, irrompe de um vazio viúvo e, senhora dos seus pergaminhos, floresce, exibindo sorrisos multicolores. Indomável, insubmissa, a velha vide ganha vida. Mesmo que tenha sido a última vez, sabe-lhe o parto a vitória. É sempre bom, e nunca tarde, renascer. Nem que seja das cinzas, como fénix.



M. Hercília Agarez
Vila Real, 13 de Outubro 

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