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Foto: josé alfredo almeida |
Também entre rochas
nascem cores, aromas:
esteva e rosmaninho.
Também os montes festejam o ansiado regresso da Primavera. Clóris, a sua deusa, providenciou a explosão colorida e aromática de um conjunto de flores silvestres, aquelas que, leves e frágeis, umas, resistentes e consistentes, outras, não necessitam que jardineiro as semeie, as adube, as regue. A natureza encarrega-se disso.
Florescem variegadamente, em convívio fraterno feito de cores combinadas, dando às superfícies graníticas ou xistosas, onde adormecem e acordam, uma garridice de que foram privadas por Invernos em que só o musgo baço e bisonho as abraçou.
Rosmaninho: a flor de ritos pascais. Aroma intenso, violáceo, uma tentação poética, talvez pela sua eufonia diminutiva. Espigas roxas, coroadas de lilás. Um chamamento para quem passa e recolhe, sem pressas, umas pernadas que bolsos e bolsas agradecem.
Esteva: o branco agreste em todo o seu esplendor artístico e rigoroso: cinco pétalas brancas, cada uma manchada de sangue: as cinco chagas de Cristo, diz lenda antiga. Estames amarelos, carnudos, suculentos, esbanjando pólen. Um banquete para insectos gulosos. Desenho a merecer boa nota.
Montes-jardins. A policromia rústica da efemeridade floral, alimento para olhos contemplativos. Nem só de pão vive o homem...
M.
Hercília Agarez
Vila Real, 9 de Maio
Cores ..multicolores ..
ResponderEliminarAromas ..agrestes ..??
OLHARES ::DOCES...SE FIXAM...!!
O odor das plantas singelas, e a beleza das palavras.
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