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Foto:josé alfredo almeida |
Chegaram no dia 1 de Maio, em ponto. Não
podem permitir que se extinga a tradição atávica. Associam-se, festivamente, ao
dia dos que trabalham e dos que têm, apenas, emprego, reivindicando, contudo, o
estatuto de trabalhadores.
Juntaram a sua cor berrante a brancos de
estevas, giestas e torgas, a roxos de urzes e de rosmaninho. Todos juntos fazem
as honras da Primavera. São sorrisos de
felicidade vegetal, jardins agrestes, não suspensos, como os de Babilónia,
antes bem presos a montes acolhedores que lhes servem de assento, de poiso
seguro, de amparo.
Cumpriram a sua missão, as maias. O seu dia
de glória, de supremacia,
é
logo o primeiro do mês em que são rainhas. Deixam-se cortar, aos ramos, às
braçadas, e vão enfeitando tejadilhos até chegarem aos destinos. Pousados, com
convicção ou cepticismo, em portas e janelas, afastarão o mau olhado e
escorraçarão as bruxas. Pudera! Com aquele
cheiro...
Os militantes da caça às maias poderão,
assim, dormir descansados. Vale mais prevenir do que remediar. Porque, como
dizem nuestros hermanos, "yo no
creo en brujas, pero que las hay, las hay."...
M.
Hercília Agarez
Vila Real, 26 de Maio