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Foto:josé alfredo almeida |
Nunca
a expressão, usada em contextos variados mas sempre optimistas, traduzindo a
complementaridade de uma coisa boa por uma ainda melhor, (tipo cereja em cima
do bolo) foi verbalizada ou escrita com tanta propriedade.
Pela sua cor e brilho, pelo sua
preciosidade visual, por aquelas farripas brincalhonas, as esguias nuvens são
uma metáfora de ouro. Há riquezas impalpáveis. Os nossos olhos
"compram" e armazenam na memória o que de mais belo a natureza foi
capaz de criar para nós. Inspirada, arrojada, provocadora, ela excede-se,
tantas vezes! Gosta de surpreender, de fugir a rotinas desprezadas, de pôr à
prova a multiplicidade dos seus poderes de sedução.
Quando se lava bem lavado, é azul, o céu. E o
azul, segundo o Dicionário dos Símbolos,
"...é a mais profunda das cores: nele o olhar penetra sem encontrar
qualquer obstáculo e perde-se no infinito, como que perante uma perpétua fuga
da cor".
Luz e cor. Claro e escuro. Vida e morte.
Tristeza e alegria. É o ciclo evolutivo da vida vegetal, vedado ao reino humano,
excluído da renovação. Disso se têm queixado (e se queixam) os poetas que
gostariam de viver 300 anos, como os sobreiros. Creio que nem assim dariam a
sua obra por acabada. Insatisfeitos com a efemeridade da vida, apavorados os
que não acreditam na Ressurreição. Se tiverem sido, se são, bons, o seu nome
será lembrado ad perpetuam. Valha-lhes,
ao menos, isso... Lembrem-se de um Homero (séc VIII a.c.), nunca esquecido, e
esqueçam a nietzchiana Lei do Eterno
Retorno...
M. Hercília Agarez
Vila Real, 17 de Março
Ouro sobre azul, fotografia e texto.
ResponderEliminar...Perdi.me " sem me importar...
ResponderEliminarpor me "fascinar " ...!!