domingo, 8 de maio de 2016

Depois da tempestade, a bonança

Foto:josé alfredo almeida



A Régua no seu melhor. O rio, arrependido das furiosas investidas do Inverno passado, pacificou-se. Entrou nos eixos. E voltou a ser lago. E voltou a ter cor transparente. E voltou a rivalizar, em suavidade azul, com um céu soalheiro.
Régua primaveril. Espaço de alcatifa verde em tempo de renovo. A vitória da relva sobre o betão. Que ninguém ouse conspurcá-la. Um simples papel a magoará.
Uma gentileza oportuna para os caminhantes pedestres. Passadeira (quase) vermelha. Sem automóveis. Sem salvo-condutos para a poluição. Cada um com sua passada. Nada de maratonas nem contra-relógios. Lazer saudável, apenas.
Régua. Amanhecer estimulante. Sorridente. Um convite à fruição de mais um dia de vida, essa efemeridade que, segundo João de Deus, É ai que mal soa.

Escreveu Camões num seu poema: "Vão as serenas águas / Do Mondego descendo / Mansamente, que até o mar não param...". Não escreveu Douro porque a palavra tem um sílaba a menos... E quanto a serenidade, estamos conversados...


Vila Real, 7 de Maio de 2016
M. Hercília Agarez

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