![]() |
Foto:josé alfredo almeida |
terça-feira, 31 de maio de 2016
segunda-feira, 30 de maio de 2016
À espera
![]() |
Foto:josé alfredo almeida |
Paciente e compreensivo. Reduzem-no o frio e a chuva a
inutilidade decorativa. Eles virão, os velhos. Nele gastarão horas de reformas
magras. Recordam o passado. Desenterram histórias antigas. Repetidas, por
vezes. Sentidas, sempre. Com a nitidez consentida pela escorregar dos anos.
Banco à moda antiga. "Almofadado". Com tiras de
madeira, reboludas, assentes em ferro forjado. Sólido. Elegante. Serão mais
cómodos os assentos no mundo que os espera?
Banco em praças e jardins. Convite a repousos, a reflexões. A
olhares vagarosos e estáticos ao fervilhar do dia. Até que o pôr do sol lhe
devolva a solidão indesejada. Lá estará, no dia seguinte, solícito anfitrião de
um novo dia.
Vila Real, 29 de Maio de 2016
M. Hercília Agarez
domingo, 29 de maio de 2016
Telas naturais
Como paisagem, a comarca da Régua desdobra-se em pinturas de prodigioso pincel. Da amenidade da ribeira à graça das colinas e à imponência das serras, é um fantástico desfile de telas naturais. Esperam que pintor de génio as roube tal e qual ou as interprete.
Quem não conhece o miradouro de São Leonardo, em Galafura; os do Monte Raso e Curvaceira, perto de Canelas; o de Sergude e os de Loureiro; o de Mouramorta, diante do Marão; o de Lobrigos, no alto de Remostias; os de Mesão Frio, abaixo das Quintâs, donde a vista se enfia Douro acima de surpresa em surpresa; quem nunca assomou a esses miradouros nunca viu panoramas inquietantes pelo conluio da natureza com o homem.
Viajante saudoso de antigas casa, solares de harmoniosa arquitectura, se um dia cai na comarca da Régua, não sai de lá tão cedo. Perde-se em Canelas, Poiares, Lobrigos, Sanhoane, Vila Marim e Cidadelhe. Cidadelhe é um museu de casas brasonadas. É, como todo o concelho de Mesão Frio, um arquivo de pedras sedutoras. Se o viajante instruído, e com dez réis de gosto, passa por ali, fica por ali esquecido de governar outra vida. Só com o Solar da Rêde gastará um dia.
27/2/1971
João de Araújo Correia in " Nuvens Singulares"
João de Araújo Correia in " Nuvens Singulares"
sábado, 28 de maio de 2016
Reluzir da memória
Adorava quando era miúdo estar no quartel dos Bombeiros do Peso da Régua
Esta e outras viaturas igualmente reluzentes, no seu vermelho especifico, com os seus cromados brilhantes, exerciam um fascínio certo. Tanto como o capacete de bombeiro de Camilo Guedes, pai do meu tio e padrinho Jaime Guedes e que o próprio guardava em casa.
A certa altura também o meu padrinho pertenceu à direção da Corporação e acompanhei-o bastantes vezes nas suas idas ao quartel.
Jaime Silva
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Poema de um rio
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Amanhecer luminoso
![]() |
Foto:josé alfredo almeida |
Acordou bem disposto, o dia. Amanhecer sereno, luminoso. O
sol impõe os seus poderes. É ele que tem ordens de comando. Dá azul ao céu.
Dissipa neblinas. Escorraça nuvens. Multiplica as cores do rio. Afaga montes e
vales, árvores e pontes, casas e bichos. Afina a voz da passarada canora. Apressa o desabrochar de flores, a maturação
de frutos. Saúda gentes logo que sobem persianas nocturnas. - Estou aqui, à
vossa espera. Para curar vossas mágoas, dulcificar vossas amarguras, arredar de
vós pensamentos escuros, desesperanças. Venho para vos ajudar a fazerem as
pazes com a vida.
Vamos viver
este dia. Receber esta bênção. Honrar esta dádiva.
Vila Real, 25 de Maio de 2016
M. Hercília
Agarez
quarta-feira, 25 de maio de 2016
Cerejas, meu amor
terça-feira, 24 de maio de 2016
Pontes da Régua-609
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Nós...e o rio
Barco na paisagem-123
![]() |
Foto:josé alfredo almeida |
Régua, cais fluvial: um dia de Abril de 2016: para que conste fez frio, esteve quase sempre chuvoso e foram mais intensas durante a manhã estas cinzentas neblinas...que, apesar de darem um romantismo natural, escondem a beleza da nossa paisagem, dos socalcos e das cores da vinha.
(Re)Conhecer a Régua-261
A Régua ou REGOA, mais uma vista geral da vila - hoje cidade internacional da vinha e do vinho- que nos leva a um passado mais distante, o final do séc.XIX.
Muitas diferenças deste passado comparando com o nosso presente, mas sempre a imagem ímpar e serena do seu rio, o Douro, com um leito quase seco, com areal a nele sobressair, talvez esta imagem tenha sido tirada no verão, e o seu casario que se abeira e estende o seu olhar ao longo da margem, onde ainda se nota que ainda não foi construído o cais fluvial e ainda falta chegar ali um outro ícone de marca, o barco rabelo que vai transportar as pipas de vinhos finos para os exportadores e negociantes instalados no Porto e nos armazéns de Gaia.
domingo, 22 de maio de 2016
(Re)Conhecer a Régua-260
A Régua, nos anos 50 e 60, mais um documento para avaliar melhor a evolução urbanística da cidade ao longo do tempo.
Apesar de neste velho postal aparecer saliente uma parte da Linha do Douro - diga-se quase morta e, cada vez mais, com pouca circulação de comboios ao Porto, na ligação à (importante) Estação da Régua, onde se vislumbra ao longe já o seu túnel, destaca-se o edifício onde funcionou a Manutenção Militar, mais tarde adoptado àquela que foi baptizada de Escola Técnica da Régua e, já depois de 1974, a uma Escola Secundária, a qual só deixou de aqui ser um estabelecimento de ensino nos finais dos anos 80 do século passado.
Já no século XXI está aqui a funcionar o moderno Agrupamento Escolar da Alameda.
Cheia de sonhos
sábado, 21 de maio de 2016
Desejo
Epitáfio
sexta-feira, 20 de maio de 2016
Campanário
quinta-feira, 19 de maio de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Realidade infinita
![]() |
Foto: josé alfredo almeida |
Voando abaixo das vinhas, temos a noção de que elas pertencem a uma possibilidade nunca nomeada. Se a possibilidade é a sombra da realidade, elas, as vinhas do Douro, estão ali intactas como uma realidade.
À primeira impressão, trata-se duma das maiores obras feitas pela mão humana. Escadas de terra, semelhantes a templos que se aproximam do sol, como os templos dos mayas.
(...)
A realidade oculta duma realidade é a possibilidade da realidade. A sombra da realidade. Quando voamos por entre os montes transformados em vinhas, a sombra escorre deles, desenha figuras extraordinárias que mudam de lugar e de feitio. São barcos, ondas poderosas, aves gigantescas. A possibilidade de realidade infinita.
Agustina Bessa-Luís
Subscrever:
Mensagens (Atom)