domingo, 3 de maio de 2015

Mãe

Foto: josé  alfredo almeida



Partiu a minha mãe. Beijou-me nas mãos
Como se eu fora o Pai, que Deus lhe tem
No céu.Diante desta humildade sem
Nome, depus os meus orgulhos vãos...

Que se eu fosse forte como bons aldeãos,
Capaz de a proteger, rosa cecém!
Ela cuidou que eu fosse. E eu, ai, nem
Uma toiça de erva ergo dos chãos.

Sou pobre como foi Job da antiga
Bíblia. Sou débil como é dos tísicos
O riso grácil, que a dor lhe mitiga.

Para velar a minha amiga,
Aonde irei buscar os elmos ricos?
Ao seu coração dela, oiro sem liga!


1923

João de Araújo Correia

1 comentário:

  1. A Terra "MÃE" .....
    tão "deliciosamente
    amada ..
    Lágrimas ,,,em gotas de chuva ..
    a reclamam...
    Um "belo" momento , este !

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