sexta-feira, 20 de março de 2015

Daquela janela

Foto: josé alfredo almeida


Há gente diferente,
apressada, indiferente.
Estradas e pontes,
há prédios modernos.
Não sei se é um sonho.
Mas dentro da casa
velha abandonada
e quase esquecida por todos que passam...
Não sei se é um sonho.
Mas há tanta luz,
ah!
e tanta alegria,
vozes e risos,
e os cheiros?
O fumo a sair da chaminé.
Gente que sente,
que ama.
que sofre, que chora.
E há as manhãs,
o sol e a noite,
e sempre alguém a olhar para o rio.
Daquela janela.
Sonhos, muitos sonhos,
daquela janela nunca se fechar.
Um dia...
Apagaram-se as luzes.
E a casa ficou,
assim velha, esquecida.
Mas mesmo que um dia façam dela estrada rasa, ou seja o que for...
Há sempre a presença, da vida que foi.

Só basta ouvir e sentir.

Ana de Melo

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