sábado, 28 de outubro de 2017

Onde não regressei




Nenhuma rua já a conduzia a ela,
nem à casa de infância.
Nem lhe era devolvida a pureza inicial.
Mas era necessária aquela viagem aos lugares onde por breves instantes, o seu riso ainda ecoava.
Inaudível para quem não a amou.

Gostava que aquela viagem se parecesse com um filme, onde algo surpreendente acontecesse.
Mas a vida é real.
O passado, o presente, e os seus olhos à procura de um sinal que a fizesse acreditar em fogos de artifício.
A vida por vezes, é o que esperamos dela
e ela esperava tudo, mesmo sabendo que nada nos é devolvido, e que bocados de nós se vão desintegrando de volta ao Universo.
Mas esperava
Procurava e esperava.
Entre vidas e vidas dentro desta vida.
Entre viagens que a p
udessem fazer nascer de novo.


Ana de Melo

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