sábado, 3 de dezembro de 2016

Sou tudo o que vejo



Ávidos os meus olhos, 
da beleza sublime derramada em luz, 
tocando as trevas, iluminando recantos. 
Guardo o que vejo ao ritmo do que sinto. 
E é tanto o que sinto! 
Em uníssono, a compasso no meu peito o Universo. 


Sou tudo o que vejo. 
O longe e perto, a árvore despojada e generosa, 
a flor e o fruto. 
A pedra do chão, fria irregular. 
Sou também o que não vejo, 
o pássaro que embora seja Outono se atrasa, 
ou teima em ficar.


Aqui, 
há uma solidão feita de sons. 
De um tempo primordial.

Como um regresso a casa.



Ana de Melo

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