segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Sem-abrigo

Foto:josé alfredo almeida




Pardal. Não rivaliza no canto com o rouxinol dos poetas. Nem com o pintassilgo na policromia da plumagem. É o "patinho feio" da passarada miúda. Austera, a sua roupa de tons tristes. Segue os nossos caminhos. Gosta de pisar chãos. Se o campo lhe dá sementes, oferece-lhe a cidade, discretamente, migalhas sobrantes. Não migra. Enfrenta estoicamente chuvas e ventos e neves  e frios. No Inverno é um sem-abrigo. Adeus poisos protectores de árvores despidas pelo Outono.
           
                        Pardais. Plumagem taciturna,
                        cinzento em céus de Inverno:
                        lições de sobrevivência. *

* in As Asas da Libelhinha




Vila Real,  18 de Dezembro de 2016
M. Hercília Agarez

1 comentário:

  1. ,,,Sobrevive ,,,e não cessa o seu "chilrear ",,
    pardal....de NATAL ..!!!??

    ,,GOSTEI....

    ResponderEliminar