sexta-feira, 1 de abril de 2016

Promessa

Foto: josé alfredo ameida


Deixaram-na pronta para o renovo mãos sábias, daquele saber camoniano "de experiência feito". Atravessou meses invernosos paciente, aguardando o primeiro acto da festa da vinha. Da cepa ressequida, só de aparência morta, brota pâmpano solitário com ar de vitória. Uma nota de cor. De esperança. De promessa. Outros virão a caminho. Não falharam a poda, nem a empa, nem a enxertia, essas mãos nodosas. Do Inverno à Primavera. Na natureza, que não na vida. De tal se queixam os poetas, desde os quinhentistas.
Referindo-se ao clássico tema da mudança termina, assim, Sá de Miranda um belo soneto:


[...] Também mudando-m'eu, fiz doutras cores:
e tudo o mais renova, isto é sem cura!



Vila Real, 31 de Março de 2016
M. Hercília Agarez

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