sábado, 2 de abril de 2016

A cor dos sonhos





A casa era rosa.
Não um rosa claro desmaiado,
antes um rosa igual ao das madrugadas,
de rigores,
repletos de promessas.

O Sol entrava pelo pátio docemente ao meu encontro, e eu maravilhado e inocente deixava simplesmente que a vida, como a brisa leve que passava, me tocasse.

Não sei exactamente o que pensava, ou quais as cores que eu imaginava pintar a tela dos meus dias,
para além da ternura que me era oferecida.

Sei de uma vez, penso que era Maio, de ver um círculo de várias cores, que descia os montes e atravessava o rio...
E depois choveu.
Então eu soube o que era um sonho.
Que era algo de belo, que podia ter todas as cores, que tocava o sol as nuvens e fazia surpreendentes riachos nas ruas onde os meninos navegavam com mestria barcos de papel.

Dentro de mim, uma certeza.

Os meus sonhos teriam todas as cores.


Ana de Melo

1 comentário:

  1. Sonhos de todas as cores...
    Sonhos de criança...

    Um bonito poema....

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