domingo, 20 de março de 2016

Corpo sem chão




Corpo sem Chão
Autora: Aida Borges
Editora: Chiado Editora (2013)




"No entanto, se o religioso está inscrito no mais genuíno da nossa humanidade, não é um dado novo que seja tantas vezes instrumentalizado com fins perversos. O caso aqui retratado teve, sem dúvida, os seus desacertos, estes bem estampados no decurso da narrativa, e Aida Borges teve o condão de não lançar à maneira de juízo, mas de o tomar no seu realismo, resgatando nele o essencial."

                                                                                                       José Manuel Garcia Cordeiro
                                                                                                       Bispo de Bragança-Miranda




"Este romance fala de milagres, de crenças e descrenças, de amores e de paixões, de vida e de morte, de amizade e de traição, de encontros e desencontros, de ideias e opiniões, de sonhos e de esperança e em si mesmo encerra vários dramas secundários que servem o drama central, embora alguns destes momentos ditos secundários pareçam, por vezes, quer assumir relevo maior, para depois acabarem por ceder espaço à ideia inicial. Percorre vários tempos e várias gerações e recorda-nos a vida, no seu sentido mais lato, da população de uma aldeia localizada em Trás-os-Montes e que a autora quis manter com o nome próprio e não fictício: Vilarchão, no concelho de Alfândega da Fé.
O enredo assenta a sua estrutura numa história real, que ocorreu naquela localidade e que, tanto seja do nosso conhecimento, excluídas as notícias da época e uma ou outra breve referência posterior, nunca foi trabalhada em qualquer publicação, ou seja no campo da história local, seja no da ficção. 
Trata-se de um episódio da década de quarenta do século passado que ficou conhecido por "Santa de Vilarchão" e que aqui é retratado com um grande sentido de responsabilidade e de verdade, sem juízos de valor da narradora, a não ser aqueles que decorrem das opiniões de vários personagens da época que retratam com realismo o que então se disse a favor ou contra, sendo disso testemunhas as inúmeras pessoas ainda vivas que viveram esse tempo e aquelas que, como o autor destas notas, ouviu falar, da boca de um avô que chegou a transportar, num carro de machos, de Vila para Vilarchão, gente vinda de longe para visitar a Santa."

Francisco José Lopes

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