domingo, 24 de janeiro de 2016

Ambiguidade

Foto: josé alfredo almeida



Escapou ao poder desfigurador da neblina, mas tornou-se um equívoco. Um vulto erecto e majestoso domina, sobranceiro, as alturas. Parece um deus-gigante a que oliveiras (?) em procissão alinhada, prestam culto.
Ou será um cipreste, essa espécie funérea feita sentinela fiel de quintas do Douro, à entrada das quais se perfila ao lado de irmã gémea?
Nada disso. Quando a névoa se dissipar, surgirá esse ícone publicitário de uma antiga marca de vinho fino. Mantém-se no cimo agreste, imune a ventos e tempestades. Protege-se das intempéries com uma capa. Que não reparte, como o fez S. Martinho.
Assume o papel de sinalética:

Aqui é o Douro
paraíso do vinho e do suor;
paraíso dos montes sobre os montes;
paraíso esverdeado de oliveiras;
paraíso álacre das vindimas
António Cabral dixit.


24 de Janeiro de 2016
M. Hercília Agarez

1 comentário:

  1. Ambiguidade..."clara"...
    DOURO...encoberto.........aah,inesqucível..."DOURO"!!!

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