quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Momentos felizes

Caldas do Moledo, 1964




Nada sei do mundo.
Sei desta porta aberta,
que me oferece o sol, o cantar saltitante dos pássaros,
os cheiros,
aromas mesclados de flores e frutos.

Uma porta de promessas.

Sei desta manhã linda,
de oiro derramada nos passeios, nas árvores, e no rio.
O rio.
Onde gosto de pescar,
e que eu abraço enquanto nado,
onde mergulho,
tantas e tantas vezes, até o tempo me chamar.

Deste fim de tarde, em que o calor descansa ainda sobre os muros e a água das torneiras,
e as minhas mãos inventam habilidades, formas de atirar o pião.

Desta noite, como todas as noites de Verão.
em que do rio se ouve o som do coaxar das rãs, o som dos grilos espalhados pelas quintas e arvoredos.

E a lua, as estrelas que me entram pela janela do quarto, são mistérios por desvendar.

Amanhã.
Terei de novo o sol, o rio, os meus irmãos e amigos e tudo o que me faz feliz.

E depois do Verão, as chuvas, os arcos-íris
e todos os tesouros por descobrir.


Mais portas abertas, mais promessas.


Ana de Melo

1 comentário:

  1. E de novo..um mundo...!de poesia" ..
    onde me perco..
    Tesouro..de palavras ,de sensações,tão ...
    MARAVILHOSAS!!!!

    Obrigada ,
    ANA de MELO!!!!!
    Obrigada José Alfredo !!!

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