Três Meses de Inferno
Autor: João de Araújo Correia
1º Edição: Portugália Editora,1947
"O seu livro de agora, há pouco editado pela Portugália, "Três Meses de Inferno", é de feição diferente, e como "miscelânea" o qualificou o autor, tendo em vista que o volume se compõe de capítulos de índole vária - como sejam as crónicas, biografias, trechos magistrais de memorialista e, sem dúvida excelentes páginas de contista, tudo isto trabalhado em saboroso estilo, castiço, pitoresco, que é um regalo ler.
A dar unidade ao livro, sempre um superior sentido humano que é traço dominante em toda a obra deste probo homem de letras.
Todas as páginas desse livro se lêem com crescente agrado e não deixarei de notar a maneira como remata as suas crónicas este mestre escritor, que em meia dúzia de palavras consegue evocar factos e figuras, envolvendo-os de infinita poesia.
Um exemplo: a forma como acaba aquela sua narrativa - "Centenário" - em que o velho e rústico centenário, ao morrer, "antes de fechar os olhos pediu à filha que lhe fosse à hora buscar uma rosa - só para a cheirar, que já a não podia ver".
Outro exemplo: aquele remate da crónica sobre uma festa cívica na aldeia" a noite estava quente. Era Junho.Os ferros das varandas rescendiam a cravos. Sobre a madrugada, abriu o luar".
(...)
"Três Meses de Inferno" (...) é um óptimo livro que confirma as altas qualidades do autor, e justifica o êxito que está obtendo."
Julião Quintinha in República
"Três meses de Inferno quer dizer três horas de encantamento."- Mário Bernardes Pereira in Cadernos do I.V.P.
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