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Foto: josé alfredo almeida |
sábado, 30 de novembro de 2019
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
O meu Moledo-184
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Onde te quis encontrar
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
Um rio que não regressa
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Foto:josé alfredo almeida |
"Escrevo
o teu nome e um pássaro levanta-se da terra - sobre o seu voo contariam
os teus olhos mil histórias que eu escutaria com o mesmo silêncio
admirado com que na boca cai um beijo ou a noite atira o amor para cima
das camas.
Mas o lápis rola subitamente sobre a mesa e pára a
sepultar as palavras que nunca te direi - porque o rio não regressa à
cidade que primeiro beijou, nem o navio ruma jamais ao porto que o viu
largar."
Maria do Rosário Pedreira
terça-feira, 26 de novembro de 2019
Sala de visitas
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
domingo, 24 de novembro de 2019
Passei por cá
sábado, 23 de novembro de 2019
Poesia de Outono
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Foto: josé alfredo almeida |
"Os poetas não são azuis nem nada, como
pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de
levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio
que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um
silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês."
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Melancolia
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Partem tão tristes as folhas…
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Foto:josé alfredo almeida |
Nunca a natureza teve uma linguagem e
a filosofia outra
Juvenal
Passear-me-ei em caminhos durienses até que se sepultem as últimas cores outonais. Hoje assobiou-me esta árvore, chamando a minha atenção para a sua imagem fluorescente, exuberante, bizarra, em auto fruição vaidosa de um efeito girândola, em que as folhas são foguetes de lágrimas amarelas. Choram porque a ida não tem volta. Apenas uma oportunidade de vida lhes é dada. Outras virão, iguais, parecidas, nunca as mesmas. É um pouco como as águas a que dedicam os últimos suspiros. Tudo é mutável. Como escreveu Heráclito, “Nada é permanente, excepto a mudança”. Por isso, entre outros sábios pensamentos, lembra que ninguém entra uma segunda vez nas mesmas águas de um rio. Nem elas são as mesmas, porque o seu fluir não admite paragens, nem quem se re-banha é exactamente a mesma pessoa. Basta que tenha mudado de pensamento, de fácies, de ânimo. Muito temos ainda que aprender com os filósofos da antiguidade!
Que tenho eu, afinal, de tão apelativo, à minha frente? Impõe-se-me, logo, arrogantemente, um tronco ossudo, erecto, resistente, muito macho, de “antes quebrar que torcer”. Parece ter andado por ali mão de escultor, em trabalho experimental, talvez em estágio académico. Pode ter optado mais pela sugestão criativa do que pela explicitação imitativa. Terá pretendido sugerir uma esfíngica bailarina, de vestido colante e comprido, de braços elevados em desigualdade de comprimento, numa altivez egoísta, indiferente a quem parte, sem saudades de pendurezas excrescentes, inúteis, escorraçadas sem piedade após ter expirado o seu prazo de validade. A ausência de cabeça tem sentido. Anda por aí tanta gente a perdê-la!
M. Hercília Agarez
Vila Real, 21 de Novembro
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Olhar com o coração
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
domingo, 17 de novembro de 2019
Paisagem da alma
Poesia concreta
sábado, 16 de novembro de 2019
É ainda Outono
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Fotos:josé alfredo almeida |
«Em criança, eu já procurava as janelas
para fugir com o olhar.»
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Joan Margarit, «Misteriosamente Feliz», Língua Morta, 2015.
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«Como as abelhas antes de uma casa ser concebida para elas, a linguagem
mora em lugares esconsos, sem janelas, quartos de arrumos, divisões
vazias, secretas ou fechadas, por decorar ou à espera de obras; umas
vezes, em túmulos mal fechados; outras, ao fundo de escadas que temos
medo de subir ou que não conseguimos descer.»
.Alda Rodrigues, «O que acontece às palavras no escuro», in https://formadevida.org/, 2019.
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É quase Inverno o que sinto nas palavras
que me faltam, esses lugares vazios onde as
sombras se empilham à espera que o instante
as deflagre, e é ainda Outono nestas janelas
sujas e abandonadas, onde outrora naufragavam
risos, sortes e misérias, como se uma casa em
ruínas pudesse ser o mar, como a cor da música
sempre reflecte nessas cortinas que já não
existem mas que ainda agora dançam.
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É ainda Outono, nas folhas que persistem
lá fora, no precipício dos amarelos que
depositam assombros onde só há o musgo
submerso do silêncio, no tom irreversível do rio
que se vislumbra e se acumula em névoas
nos contornos quebrados dos seis vidros que
se abrem de par em par. É ainda Outono e as
fugas da infância fazem-se nos rendilhados do
ferro, na espessura lenta de uma teia de aranha.
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É quase Inverno o que sinto nas palavras
que me faltam. Entre insónias, não há janelas,
nem sequer estas janelas, e a linguagem é apenas
uma vertigem a que não me entrego, um sonho
que persiste onde um homem escreve a uma
mulher, o coração parado dentro de um poema.
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[Sandra Costa, da série «Epigrafia», 16 de novembro de 2019]
Verdadeiramente Outono
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
Passa o Outono
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Foto:josé alfredo almeida |
Vento que passas, leva-me contigo.
Sou poeira também, folha de outono.
Rês tresmalhada que não quer abrigo
No calor do redil de nenhum dono.
Leva-me, e livre deixa-me cair
No deserto de todas as lembranças,
Onde eu possa dormir
Como no limbo dormem as crianças.
Miguel Torga
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Em silêncio fechaste o portão
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
terça-feira, 12 de novembro de 2019
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