Foto:josé alfredo almeida |
Oliveiras. Benditas sois vós entre os vinhedos. A perenidade das vossas folhas de brincar contrapõe-se à caducidade das mães do vinho. À vossa fidelidade à cor verde, respondem as parras com sinfonias cromáticas.
Vós, guardiãs sempre de serviço, ora vos alinhais em procissão, ora servis de cercaduras limitativas de propriedades. Nessa função, chama-vos João de Araújo Correia "rosários" e António Cabral, invocando-vos fraternalmente, no poema "A uma oliveira", diz: "Ó irmã do tempo e do silêncio". Refere "a serenidade das [vossas] folhas" e, com emoção redobrada, atribui-vos "uma bela mensagem": "a paz, ah a paz! a rosa da paz."
Uma vez mais, a geometria comanda o Douro natural: uma linha recta intercepta linhas paralelas. Perfeita aliança, pacifica convivência.
A mim, as oliveiras sugerem-me violência humana num "vale tudo" de colheita, sazonal, como todas as outras. Valha-lhes ao menos isso!
Vergastadas, as oliveiras
na apanha da azeitona:
sevícias silenciadas.
M. Hercília Agarez
Vila Real, 05 de Novembro de 2018
Sempre poemas visuais perfeitos (como só o Douro oferece), sempre versos ideais a acompanhá-los, escolhidos com saber e paixão...
ResponderEliminar..Sabor ..requinte ,,paixão..
ResponderEliminare a poesia ..preenche.me a ALMA ..e a VIDA..!!
.Obrigada Sr Dra Hercília ..
Obrigada meu amigo Dr José Alfredo..