(...) O sonho é uma
constante da vida
António
Gedeão
Deve
ser tão bom o sonho que até parece que os lábios bem desenhados se entreabrem
num sorriso, como flor a desabrochar.
Uma
sesta requintada em cadeira de palhinha. Mesmo a dormir (ou a meditar) não
perde a dignidade da postura feminina. A mão ampara-lhe, com naturalidade de
quem posa, a cabeleira ondulada e farta, com um ou outro caracol atrevido a
esgueira-se da macicez do penteado.
A
sobriedade cromática e quente do casaco invernoso contrasta com a leveza
esvoaçante e diáfana da écharpe, não agasalho, mas complemento estético,
chique, que a moda, essa grande ditadora, impõe.
É
o dolce far niente . É, quem sabe,
uma atitude passiva e vazia, displicente, de que fala Fernando Pessoa no poema
"Liberdade":
Ai que prazer
Não
cumprir um dever
Ter
um livro para ler e não o fazer!
M.Hercília
Agarez
Vila Real, 07 de Abril
Descrição minuciosa do retrato de uma desconhecida.
ResponderEliminarAi que prazer dar asas à fantasia!