sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Casa do Douro - aprender com a história





"Se não fosse tão urgente a criação da Casa do Douro, eu lembraria a V. Exª a conveniência de, para não ficar com dúvidas, mandar fazer um inquérito à for,a como fizeram as suas compras algumas das casas comerciais. Para não me alongar muito esse inquérito, bastaria que, de entrada, abrangesse somente as firmas dirigidas pelos ilustres oradores da reunião realizada na Associação Comercial do Porto no dia 26 de Outubro último. Eles, que pretendem beneficiar mostos sem limitação nem fiscalização da Casa do Douro que provem que compraram os melhores mostos da Região que não estivessem já beneficiados por outrem, e que, nas substituições de viticultores seus fornecedores, de uns para outros anos, atenderam sempre ao critério do aperfeiçoamento da qualidade. Que provem que não compraram alguns dos mostos ou vinhos das qualidades mais baixas que há no Douro e por preços que só a extrema necessidade a que chegaram os lavradores tornou possíveis.
(...)
Os viticultores durienses não querem a produção livre, mas sim, condicionada. Têem, por isso, a autoridade moral bastante para pedirem que o Comércio do seu nobre produto seja também condicionado. Os produtores procuram cumprir bem a sua missão. Se o mesmo fizessem todos os comerciantes, não haveria a actual crise do Douro."  


4 de Novembro de 1932

Camilo de Moraes Bernardes Pereira
(Presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua)

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