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Foto: josé alfredo almeida
"Nada é permanente, salvo a mudança"
Heráclito
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
Se ainda não sabias
Mas que mais posso dizer
Lavar o passado
A Régua, nos anos 40
Agora é diferente
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro
Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor
Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora
Manuel António Pina
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Janela de luz
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Pó
Medo
Ouvir o vento
domingo, 28 de dezembro de 2014
Enquanto os deuses dormem...
Pontes da Régua-30
sábado, 27 de dezembro de 2014
Olhares da memória
A Régua, nos anos 40
Foste o meu passado
e serás o meu futuro
mesmo quando o futuro
já tiver acabado.
O princípio e o termo
a luz e o escuro
quando o fim do presente
já tiver terminado.
Maria Teresa Horta
A vida é um instante
Nas nuvens
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Ainda é possível
Falando verdade
Não me levem a mal os meus conterrâneos, mas o Douro não é uma terra generosa nem grata. O que parece dar num tempo, tira-o no tempo seguinte, com uma frieza desconcertante.
Não o digo com mágoa, mas com a lucidez de quem conhece a terra dura e a sua gente, e de quem nada espera, em troca da entrega do seu coração, para sempre. – Moledo, Loureiro, Godim, Régua, são os lugares onde nasceram, viveram e morreram aqueles de quem descendo, por parte de minha avó materna. Guardo alguns móveis, retratos, livros, cartas, histórias, segredos, e com tudo isso, formei o meu caracter e vou construindo as minhas memórias, e o imaginário dos meus contos.
Não há gente mais romanesca, não há um sentir mais poderoso, mas ao mesmo tempo tão efémero, sempre pronto a ser engolido pela terra fria, ou pela terra quente, ou pelo rio de correntes e de percurso nada amáveis.
Já muito poucas são as pessoas que me conhecem e que guardam de mim uma lembrança terna. Para os novos, eu sou uma estranha, e passeio pelas ruas da Régua, ou pelas calçadas solitárias das aldeias, como um fantasma, intrusa no seu quotidiano cada vez mais enquadrado nas fórmulas que uniformizam as sociedades e os seus destinos.
Nos meus contos, como quem adormece com um belo sonho, eu desenterro as personagens e as suas vidas, e recoloco-as na paisagem e nas casas que foram delas, e agora são ruínas, e dou-lhes voz e movimento. Prolongo-lhes o sentido. Não sou saudosista. Sou herdeira e intérprete de um mundo que apenas desapareceu da superfície, mas lá está, subterrâneo, brutal, nos alicerces de um mundo antiquíssimo.
Mónica Baldaque
24 de Dezembro de 2014
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Memórias de um olhar
Noel de Magalhães
“Memórias de um olhar”
– Exposição de Fotografia
23 dezembro a 29 de Março de 2015 | Museu do Douro
Natal
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Foto: josé alfredo almeida |
Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
Miguel Torga
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Dentro de casa
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Foto: josé alfredo almeida |
A casa está cheia de ti
Não apenas os retratos os recantos
Os quadros
Não apenas os objectos onde
Roça ao de leve
A suave mão da tua ausência.
Mas aquela luz que trazias dentro
E deixavas de passagem
Nos seres e nas coisas.
Talvez agora mores entre as estrelas
Mas brilhas
Intensamente brilhas dentro de casa.
Manuel Alegre
Itinerários
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
É meu
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Foto: josé alfredo almeida |
"Este Doiro que antes de me deslumbrar ao natural os olhos adultos, me deslumbrou, contado à lareira, a imaginação infantil, é meu meu por eleição e por herança. E sou um privilegiado quando o visito. Mais dono das quintas do que os próprios donos, e mais repassadamente extasiado do que todos a meu lado o admiram."
Miguel Torga
Sombras do presente
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Foto: josé alfredo almeida |
vejo-te como uma palavra a quem ainda não se deu um nome
uma altíssima constelação
cega do peso todo da noite
e no entanto quero abraçar-te
render-te nas minhas mãos e contar-te os lugares onde fui ver
se o mundo era apenas um búzio fechado
revela-te abre uma boca no teu rosto e diz-me
se és rosa papel argila ou pedra
que eu estou cego e já não vejo para além
da luz inicial da paixão.
daniel gonçalves
O meu Moledo-78
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Diz-me um segredo
domingo, 21 de dezembro de 2014
Vou agora
Ponte intemporável
É uma foto memorável e o fotografo conseguiu captar um bonito momento de ternura, com três crianças de rosto feliz, muito descontraídas e em conversa com o autor da imagem, porventura, um seu familiar.
Esta foto teve um tempo e uma data, mas eu não consigo desvendar-lhe esses segredos.
Apenas sei o lugar onde foi tirada: debaixo da ponte da Régua.
Com pena minha, não tenho a história que nos quer contar esta surpreendente foto.
As imagens apenas nos revelam pequenos pormenores.
Quem quer saber mais tem de de voltar atrás, ao passado da Régua.
Mas, eu hoje apenas voltou àquele lugar, debaixo do arco da ponte e procurar o rasto dos sorrisos daquelas crianças.
Esta é a magia de uma fotografia intemporal.
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sábado, 20 de dezembro de 2014
Tenho este mar
Perder de vista
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Volta
Que Luz...!
Alice quer ser Bombeira
Alice quer ser Bombeira
Autor: Gabriela Caldeira
Ilustração: Victor Hugo Fernandes
Edição de autor
(Preço 10,00)
"Estamos a viver no país, na Europa e no mundo um momento particularmente difícil, que exige mais valores civilizacionais, como a solidariedade e a partilha
Este livro fala-nos precisamente disto, através de personagens como a Alice e o seu avô, o bombeiro Manuel e o cão Aramis
Nesta história está presente a gente simples das nossas aldeias e a sua relação com os seus bombeiros, está a solidariedade e a partilha, está um pouco de todos nós.
É por isso que este livro constitui uma boa iniciativa, merece ser lido por crianças e adultos. Ele lembra-nos coisas importantes. Ele ajuda a percebermos que devemos ser mais uns com os outros.
Mas este livro é também uma homenagem aos bombeiros e ao que eles representam na vida das comunidades onde se inserem.
Este é um livro que merece ser lido!"
Padre Vítor Melícias
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Pontes da Régua-23
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