quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Café Pardal

Foto: josé alfredo almeida


Vejo uma cara nova no café.
Inquieta, apressada.
Espera quem? O quê?
– Ainda não pediu nada.

Olha o relógio, com frequência,
E a porta, no Verão, escancarada.
Quem, o quê, é motivo desta urgência?
– Ainda não pediu nada.

Encontro de negócios, importante?
Empréstimo vital de dinheiro? A mesada?
Ou a compra da droga, furtiva e aviltante?
– Ainda não pediu nada.

Mas o empregado vem: – «O que deseja?»
Subitamente surge à entrada
Uma mulher que o abraça e o beija.
– Saem sem pedir nada!

António Manuel Couto Viana

Sem comentários:

Enviar um comentário