segunda-feira, 8 de julho de 2019

Maré viva





Enchi um frasco com o mar que me ofereceste.
Dei às minhas mãos os corais deste em forma de anel.
Sentada na areia molhada que sobrou, 
trouxe um punhado comigo que guardo em segredo, 
no secreto dos olhos.
São estes os grãos que me fazem arder a alma.

E em fogo, 
guardo-te na imensidão do céu carregado de estrelas. 

E tu és a maior.
 A que me ilumina.
Não mais acendi a luz do quarto onde durmo sem ti. 
E arrecado a cada dia os teus gestos na gaveta da espera.
Ficarei assim até que venhas, de manso, amar-me.




Dúlia Soares

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