segunda-feira, 29 de abril de 2019

O nosso parque

Foto:josé alfredo almeida



"Há mil anos ou mais que o pobre de mim, doido por árvores, tem pedido à Régua que plante um parque, um arvoredo que viria a ser a sua mata municipal. Mas, às minhas palavras tem feito a Régua ouvidos de mercadora. A Régua é mercadora.
Também se pode dizer que tem considerado loucas as minhas palavras, porque sempre lhe fez, a respeito de árvores, orelhas moucas. Em vez de plantar ou implantar um parque, tem reduzido a zero uma boa porção de árvores dos seus arruamentos.


(...)

Mas, toca a falar sério... Antes que arrefeça a febre das construções, trate a Régua de organizar, dentro de si ou perto de si, uma sala arborizada, um refúgio em que os pássaros e as águas cantem.
Esse refúgio será o seu pulmão e o seu recreio. Mas, se não quiser aproveitá-lo para espairecer, convidará com eles os visitantes.
Enquanto esse dia, talvez utópico, não amanhecer na Régua, tem a Régua para seu uso e de quem a visite, o parque do Moledo.
Eu, sempre que passo por ele, fico encantado. E, ao mesmo tempo, reconhecido ao Moledo, que o tem protegido. Bárbaro que fosse, como algumas terras que se consideram civilizadas, já o teria arrancado.
Mas, em vez de cometer esse delito, o bom Moledo, protege as suas árvores. As do parque e as de fora do parque. Bendito seja.
Não esqueça a Régua o parque do Moledo. É o meu voto de grande amigo das árvores e de uma estância termal (...)"
João de Araújo Correia

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