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Foto: josé alfredo almeida |
quinta-feira, 30 de junho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Sem mais
Bailando
terça-feira, 28 de junho de 2016
E a lua aqui tão perto...
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Foto: josé alfredo almeida |
Conquistaram o céu.
Desde que o mundo é mundo. Deu-lhes o Criador o privilégio do voo. Guardou para
elas as alturas, a liberdade:
Felizes, as aves:
têm por morada
o infinito. *
Querem voar cada vez mais alto, bater novos
recordes, como nós, humanos .
Não contentes com o domínio dos ares,
aspiraram a chegar ao sol. Não precisariam
de asas de cera, como Ícaro. E de que lhes valeriam? Sensatamente, desistiram.
Contudo, ao saberem que o irmão humano,
desasado, tinha pisado a lua, questionaram-se: e porque não nós? Dispensamos
inúteis naves espaciais. Coragem, camaradas. Pedalemos com mais força ainda. A
menina branca e redonda parece estar à nossa espera.
Vila Real, 27 de Junho de 2016
M.
Hercília Agarez
*
in As Asas da Libelinha
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Natação
O meu Moledo-105
domingo, 26 de junho de 2016
Memórias do jardim
Por vezes,
basta um pequeno nada.
Um som, um rosto, um cheiro, uma cor,
uma aragem que parece deter-se, num murmúrio que me fala do
passado.
Sempre que saía da escola, tinha paragem obrigatória na
Alameda. Depois de algumas correrias à volta do lago, mesmo rente à água,
indiferente aos avisos de que poderia cair, eu e mais algumas colegas,
rumávamos ao parque infantil.
Não me lembro de nenhum dia que não fosse andar de baloiço,
depois fazia a ronda pela balança o escorrega e os cavalinhos.
Naquela altura, eu sabia a importância de cada instante,
por isso aproveitava tudo o que me fazia feliz.
Talvez, porque à medida que fosse crescendo iria esquecer-me
dessa percepção, que penso todas as crianças possuem.
Algumas vezes, íamos até ao jardim do Largo dos Aviadores.
Um jardim de grandes árvores centenárias, bebíamos água no
chafariz, em grande alvoroço, depois ficávamos a conversar sentadas nos bancos
espalhados pelo jardim.
O coreto ao fundo, o sol entre as ramagens.
Falávamos da vida.
De histórias reais que alguém ouviu contar, de alguma
notícia que saiu no jornal e toda a gente comentava, de livros, do último que
uma de nós, trouxe da Biblioteca dos Bombeiros...
Também de rapazes.
Brincávamos muitas vezes ás escondidas.
Foi numa dessas vezes, na pressa de arranjar um
esconderijo, que me deparei, com um par de namorados,
enlaçados, e longe do mundo, a beijarem-se.
Um beijo de cinema como aqueles que eu via aos domingos à
tarde, na televisão da paciente e doce Senhora Rosalina, eu e várias crianças
da minha rua.
Eles não deram por mim, e eu guardei essa visão mágica onde
entrei sem querer.
Soube que a vida real podia ser como no cinema.
O amor de certeza era o segredo.
O jardim já não existe nem a Alameda tal como era, ponto de
encontro, lugar de descoberta, de recreio, de momentos únicos de várias
gerações. De matar a sede e o calor de Verão.
Dentro da minha memória tudo está intacto, basta um pequeno
nada.
Junho de 2016
Ana de Melo
sábado, 25 de junho de 2016
Seis sentidos
(Re)Conhecer a Régua-266
"A Régua, como as Caldas, vai cada vez em
aumento, especialmente na margem do rio onde se têm construído muitos e belos armazéns
para o depósito de vinho. A principal casa é a da Companhia da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro – na qual se fazem as reuniões das provas. "
Barão de Forrester
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Ao natural
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Anel de montanhas
Fotografia da luz
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Tu
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Foto: josé alfredo almeida |
Foste um pedaço que vivi noutra era
e essa era é o pedaço que me falta
e se ainda me sopra à cara um vento manso
com odor a madressilva e sândalo
e as minhas mãos e coxas se sentem frescas
são-no na esperança que venhas
e me aqueças o ventre entre estas
como na noite de verão em que me beijaste
e eu te sonhei, num dia de sol e lua que se confundiram
És o pedaço, e o desejo e início
e serás o fim.
Dúlia Soares
terça-feira, 21 de junho de 2016
Um lugar com memórias
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Foto:josé alfredo almeida |
Tantas e tantas memórias...!
Eu fugia de casa com cinco ou seis anitos, com vinte e cinco tostões que tinha "roubado" do porta moedas em pelo vermelha muito velhinho, da minha Mãe, onde ela guardava os trocos para o pão, para ir andar de carrossel tinha muitos animais girafas, cavalos, e cestinhas redondas e fazia ondulação!!!
Um verdadeiro carrossel, sem perigo e que me fazia sentir livre e curtir a asneira de ninguém saber onde eu estava...
Sempre rebelde como hoje sou.
Bons belos tempos!
Olivia Lopes Silva
segunda-feira, 20 de junho de 2016
Acrobacia aquática
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Foto:josé alfredo almeida |
Que dirá a
horizontalidade milenar do rio ao ver este número circense de acrobacia? Águas
cristalinas em piruetas verticais. Fogo preso. Fogo solto. Pingos e respingos.
Efeitos especiais ao sabor do vento. Um sob e desce em louca correria.
Repuxo asperge
frescura nos ares cálidos. Desafio à lei da gravidade. Uma nota decorativa como
outras, introduzidas na moderna arquitectura paisagista. Um bom gosto não
inédito, mas apetecível.
Vila Real, 20 de Junho de 2016
M. Hercília Agarez
Paisagem de verão
domingo, 19 de junho de 2016
Louvor às árvores
Poucos portugueses há que gostem de árvores. Tiram-lhes a vista... Querem o campo visual desafrontado como se temessem inimigo oculto.
De geração em geração, vai-se agravando esta sanha arboricida. Árvores isoladas, que cresceram e se desenvolveram livremente, dando nome e beleza a certos sítios, uma hoje, outra amanhã, foram sacrificadas a esse furor, porque eram árvores. Aquele pinheiro manso, aquele castanheiro, aquele cedro - já não existem. Foram degolados sem que ninguém os defendesse nem chorasse. O mais que se diz, em seu louvor, é que deram bons carros de lenha.
Esta árvore deve ir abaixo, porque está velha. Esta árvore deve ir abaixo porque estorva. Esta árvore deve ir abaixo porque não deixa ver quem vai na rua. Verdade é que nem a árvore está velha, nem estorva, nem impede que se vejam as pessoas que se querem ver. Mas, é árvore... Deve morrer porque teve a pouca sorte de ser árvore.
O homem antigo, se não amava as árvores, respeitava-as por instinto. Foi a maneira de nos legar algumas. O homem moderno põe em jogo uma espécie de inteligência para as destruir. Não quer que tenham fisiologia. Não admite que levantem passeios, nem arremessem folhas aos telhados. Quer que sejam inertes como candeeiros. O homem actual deixará à posteridade em vez de árvores, pérgulas de cimento. Confunde urbanismo com desarborização. O urbanismo que pede verdura, é entre nós sinónimo de secura. Ninguém urbaniza sem pôr raízes ao sol.
Há quem diga que é preciso destruir árvores para dar lugar aos automóveis. Mas se o motor de explosão, com as suas exalações, destrói a saúde pública e a árvore é o seu contraveneno, é indispensável conciliar a existência do motor com a existência da árvore. É preciso que se acomodem ambas no espaço que lhes couber, sob pena de morrermos envenenados.
Cada árvore é uma bica de oxigénio indispensável à vida. É, de mais a mais, filtro de gases tóxicos provenientes de combustões devidas ao nosso comodismo. Tais gases vão fazendo de cada povoado uma câmara de condenados à morte. Os moradores de certos países parecem moribundos.
Só a árvore os poderá salvar.
Conviria convencer de tal verdade o nosso homem comum, que não olha as belezas da paisagem, mas é capaz de defender a beleza da sua pele. Só assim se poderão salvar as árvores que ainda existam em cidades e vilas portuguesas.
João Araújo Correia in "Passos Perdidos"
O melhor é dormir!
sábado, 18 de junho de 2016
Pequenas memórias
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Subitamente
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