quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um rio crepuscular


Foto: josé alfredo almeida





A beleza do claro-escuro. Raios atrevidos de sol furam as nuvens para colorir,timidamente, um rio crepuscular. Um rio-lago que caminha com a serenidade de quem não tem de obedecer a horários. Um primeiro plano de lusco-fusco brilhante, um convite ao artista paciente e oportuno.Um desafio ao pintor de palavras. Uma vontade insistente de se impor, enquanto património natural, a uma correnteza de casas incaracterísticas de um tempo hoje. Um convite à meditação. Ao silêncio. À contemplação muda e solitária. Um instantâneo a arquivar na retina. Não um Doiro de Torga ou de Araújo Correia, assassino. Antes um Douro da modernidade, da segurança, da mansidão. Uma estrada líquida sobre a qual se viaja sem sobressalto. 
Deixemo-nos de saudosismos. O passado pertence ao passado.


Vila Real, 23 de Junho de 2015

M. Hercília Agarez 

2 comentários:

  1. Ainda que o passado pertence ao passado, um certo saudosismo, até que pode ser saudável.
    Excelente pensamento de M. Hercilia Agarez; Apenas lhe retiraria a frase: "Não um Doiro de Torga ou de Araújo Correia, assassino.; pois o Douro, seja aos olhos de Torga, seja aos de João Araújo Correia, será sempre o eterno Douro, com a sua beleza intrínseca, inigualável e similar aos olhos dos amantes da Cultura, da arte ... da Natureza.
    Lindíssima foto. Parabéns ao seu autor.

    Paula Pedro

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  2. Esta "beleza " invulgar ...
    mas maravilhosamente ......doce ....
    A escuridão ...aclarar-se á..,,com um olhar ,,silencioso---
    sorridente ...
    A fotografia é linda !...



    .

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