Foto: josé alfredo almeida |
sempre que falo de noites assim
é o Douro visto da galeria. É Ariz. A minha avó
deu-me depois esta cadeira. Só lhe mudei
a lona. Apenas mudei eu. O pano cru
com a amarga simplicidade de tudo.
Cedro a cedro, a violência do que vai
diante de nós, dentro de mim.
Numa selha de zinco davam-me banho
e cantavam para eu não chorar,
é lá possível não chorar.
Joaquim Manuel Magalhães
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