Foto: josé alfredo almeida |
Lembrando António Cândido
A serra do Marão assim despida
Erguendo a capelinha num rochedo,
Não oculta a ninguém um só segredo.
Dos Padrões da Teixeira além da Ermida
Conheço certas almas, nesta vida,
Lavadas qual o Marão sem arvoredo,
Onde não há lugarzinho tredo
Nem um ponto que ao crime dê guarida.
O Sol não deixa ali nenhuma sombra.
A neve cobre tudo como alfombra,
Não há vaidade no fragoso chão...
A mentira não sobe àquela fraga,
Que serra, altiva, com ardor a esmaga,
Pois só Águias vivem no Marão!...
Albino de Carvalho in "Flor do Zêzere, de 26/02/1922
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