quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O Douro de António Barreto




DOURO

Autor: António Barreto
Fotografias: Emílio Biel, Alvão e Maurício Abreu
Ediçoes Inapa-1993


"Douro é vinho e vinha. Pode ser rio, pode ser terra.Região ou vila. Mas é, sobretudo vinho. A monocultura é assim, impregna tudo, os montes, as casas e os homens. Como em qualquer outra região do país, os Durienses participaram em toda a História de Portugal. Influenciaram-na e por ela foram condicionados. Têm as suas glórias e as suas misérias. Ajudaram a consolidar a Nacionalidade e deram o seu contributo para as explorações marítimas. Estiveram presentes nas lutas dinásticas, perseguiram espanhóis, foram valentes no combate aos exércitos franceses de ocupação. Envolveram-se nas guerras liberais e em quase todas as revoluções dos séculos XIX e XX. Ainda há pouco tempo, no meio de dificuldades da fundação do estado democrático, foi da Régua e dos vales do Douro que vieram gritos rebeldes em defesa das liberdades. A história dos Durienses vale a dos seus conterrâneos de qualquer outra região. Mas se um duriense fala da sua terra, o vinho será imediatamente o tema. Chamem-lhe fino, licoroso, generoso ou de feitoria, de embarque ou de carregação, ou simplesmente, como em todo o Mundo, vinho do Porto: será esse o seu bilhete de identidade."

(...)

" A Régua, cidade moderna, mas vila antiga, dela se diz que os Romanos já a conheciam. Existia nos tempos de Afonso Henriques. Até aos séculos XVII e XVIII foi povoado dependente, ora do Porto, ora de Penaguião. Só depois de criada a Companhia e de desenvolvido o comércio do vinho do Porto é que a vila cresceu. O Peso é a vila de cima, longe dos calores e das cheias do Douro, e alargou-se vertente abaixo. A Régua, fluvial e comercial, é a vila de baixo, moderna, fundada talvez na segunda metade do século XVIII."

António Barreto      

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