Foto: josé alfredo almeida |
Pouco a
pouco
atravesso
esta avenida de plátanos,
desenhada na
geografia sentimental,
volto à
minha infância.
Agora eu
sei:
aqui nada
mudou!
É quase
outono outra vez...
Lembro-me das
palavras do meu avô,
que tudo
estava nos pormenores
e tudo
estava, ainda, nas minhas mãos.
Cresci
sem jamais
esquecer o sábio ensinamento.
Aprendi que
Deus estava nas pequenas coisas…
E voltei
aqui, a este lugar,
e atravesso
a avenida da memória de uma infância feliz,
de flores
silvestres e mostos de vinho fino,
do sabor dos
pêssegos
e dos figos
lâmpos do quintal do meu avô,
na Casa dos
Quartéis Amarelos.
Aqui nada
mudou.
Ouço ainda
as vozes antigas
e os ruídos
do vento a agitar as árvores.
Começaram as
primeiras aulas, é outono outra vez...
E choveu há
pouco tempo!
Para sempre,
guardo os meus livros,
os recados
ternurentos de minha mãe.
Não me posso
perder no caminho que ela me ensinou,
entre casa e
a velha escola.
Não muito
longe do tempo... passa uma criança a sorrir
e a olhar para
o rio que corre serenamente.
O futuro
está a começar!
Retomo os
meus passos num lugar que nunca foi passado e,
agora eu
sei,
Mudei, só
eu!
José Alfredo Almeida
"A fragilidade , e a ternura deste texto."..
ResponderEliminardigo com firmeza -
Um retorno à velha e feliz infância...memórias passadas, todavia sempre presentes no coração e expressas de forma ternurenta neste bonito texto.
ResponderEliminarParabéns ao seu autor. :)
Belíssimo texto como o lugar. Lugar esse que apesar dos "esquecimentos" de alguns, não lhe tirou o encanto...é como se fosse o nosso jardim. DS
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