Poemas da Violeta
(1927-1998)
Autor: Maria de La Salette Figueiredo
Edição da família da autora
Ter no peito esta chama abrasadora
Que eu nem sei se é virtude se é loucura
Esta ânsia infinita de ventura
E uma saudade atroz, dominadora...
Ter a visão da luz, luz redentora
Irás atrás dela em pertinaz procura
Vê-la fugir e a minha noite escura
Ficar mais negra, mais aterradora...
É esta a minha vida, o meu tormento:
Luta do coração e pensamento
Lenta que me consome e me tortura.
Ó minha doce luz, meu astro errante,
Dá-me o teu brilho ainda que um instante,
Que eu sinta a ilusão dessa ventura.
Maria de La Salette Figueiredo
(Poetisa, nascida na freguesia de Mouramorta, no concelho do Peso da Régua, mas já falecida. Em sua homenagem, "àquela que nunca sairá dos nossos corações e memória", a filha Isabel editou-lhe postumamente este pequeno livro de poemas intitulado Poemas da Violeta ( 1927-1997). Todos eles são de inspiração nos temas da vida, de Deus e da religiosidade, da família e do eterno amor, imitando, em alguns, a poesia apaixonada de Florbela Espanca. Acrescenta a filha da autora que se realizou assim "um sonho antigo de nossa Mãe: ver compilados e publicados os seus poemas. Fica aqui, para nossa leitura, os versos de um intimista soneto, Buscando a Luz )
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