Foto: josé alfredo almeida |
"Ir ao Porto ou, com mais calor familiar, ir até ao Poro ou até o Porto, é sempre uma festa para o duriense - até nos casos em que a festa envolve necessidade.
Sair de entre montanhas, do pé da vinha ou da frente do armazém, do olho da rua sertaneja ou do meio da póvoa arredia, para descer ao Porto, foi sempre, desde que o Douro é Douro, uma alegria para o duriense.
A vida rural, a poder de tempo, fatiga. Derranca o cérebro, não obstante as mutações da natureza e do trabalho. Hoje se cava, amanhã se redra...o verde é hoje tenro e amanhã, ao despedir, é amarelo e púrpura. Tudo isto é lindo, mas, a poder de tempo, fadiga.
Monotonia estagnada em horizonte estreito, a ver crescer o pâmpano em Abril ou esperar, nos meses cálidos, a vinda do pintor, dessora a alma que senão levanta para dar o seu giro ou o seu voo. É o que faz a alma duriense para não sucumbir a uma espécie de tédio feito de cascalho abrancaçado."
João de Araújo Correia in Passos Perdidos"
"Um texto repleto de "simplicidades", e
ResponderEliminarque faz a "delicia" de quem lê .