Foto: josé alfredo almeida |
Só me sinto bem sozinho, longe do bulício do centro da cidade. Tive um desgosto de amor. Eu conto. Namorava com uma gata branca, felpuda e fofa como sumaúma. Ela não era racista e toda se requebrava com as minhas lambedelas. Para não falar do resto. Excitava-a o verde fosforescente dos meus olhos e entregava-se ao amor com um prazer desinibido.
Ontem, quando me preparava psicologicamente para ir pedir-lhe a pata em casamento, veio ter comigo, remelosa de tanto chorar, e declarou-me, num miau sofrido, não querer oficializar a relação. Explicou. A Mimosa, sua vizinha e confidente, dissera-lhe que tinha vindo morar para o bairro um homem carrancudo e supersticioso que matava quanto gato preto se cruzasse com ele. Se ficasse viúva, teria de pôr luto, logo ficava, também, preta...
M. Hercília Agarez
"Relevante" ..com um encanto ....invulgar ,,
ResponderEliminarmas tão "terno" ..
Gostei ,,