Foto: josé alfredo almeida |
Qual meteorólito, aterrou no Doiro. No Doiro seu que lhe consumiu vida
e fortuna, que lhe marcou a face com riscos de desgostos e de angústias. Amparou-a
na queda banco sobrante de umas termas onde tanto investiu. Virou-lhes as
costas, estarrecida, revoltada. Tentou recompor-se, virando-se para esse rio
seu, entretanto amansado como a fera de Shakespeare. Sorriu para as vinhas, sua
paixão e força de luta. Estavam verdejantes, miravam-se, quais narcisos, nas
águas de lago. E desapareceu. Levou os olhos cheios de verde e de água. Não de
saudade. Sorriu também para quem teve o privilégio de a ver, mas não prometeu
voltar. Não era aquele o seu reino. Regressou a um céu que ganhou na terra.
Pareceu-me ouvi-la dizer: "perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o que
fazem".
Vila
Real,22 de Junho de 2015
Hercília
Agarez
Parabéns aos actores. Belíssimo texto Hercília!
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